AS ROSAS NÃO FALAM !
.....caminhava pelas alamedas de um lugar belíssimo . Para qualquer lado que olhasse podia perceber a majestosa presença de frondosas árvores e lindas plantas que com sua beleza serena ornamentavam docemente aquele lugar .
Sentia bem próximo o aroma das flores que, banhadas por um cálido pôr do sol envolvia meu coração numa aura de paz, muita paz.
Apesar de já estar quase escurecendo ainda podia ver o revoar alegre dos pássaros que certamente recolhiam seus filhotes para o último lanche do dia e em seguida para que todos se acomodassem nos seus ninhos e nos galhos mais altos das árvores.
O silêncio , fora isso, era absoluto e eu caminhava completamente distraído admirando as obras primas da natureza ali presentes , quando meus ouvidos foram invadidos por aqueles versos que me trouxeram tantas e tão doces recordações.
Não sabia de onde vinha aquela música mas isso naquele momento não era o mais importante pois ouvindo aqueles versos , desta vez interpretados pela voz emotiva do popular Raimundo Fagner , senti uma onda de saudade invadir meu corpo e o melhor que fiz foi ficar sentado num dos bancos próximos para continuar ouvindo e sonhando ao som daquela magistral canção .
Muito já se falou à respeito desta pérola musical e do seu autor mas, creio que ainda se falou pouco, muito pouco . É uma canção de amor maravilhosa, simplesmente incomparável , dessas que hoje em dia, infelizmente , autores e poetas dificilmente compõem algo tão poeticamente lindo assim .
A lembrança desta canção me emociona, me faz viajar a um passado recente e, embora se trate de uma saudade gostosa , ainda assim me proporciona intensos instantes de alegria e felicidade .
Muitos a conhecem, muitos a apreciam e muitos gostariam de ouvi-la neste momento . É por isso que divido estes singelos versos com todos aqueles que amam ou que um dia foram amados :
"Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão, enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim ."
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.....o autor desta magnífica jóia poética é Agenor de Oliveira , o Cartola , falecido no Rio de Janeiro em 30 de novembro de 1980 .....
(.....imagens google.....)