O DESCONHECIDO.
Todo mundo quer estar perto do sobrenatural, desvendá-lo. Embora quase nada se saiba do natural, dos fenômenos da vida, como seu surgimento e como se forma o pensamento, pretende-se resgatar o irresgatável, o desconhecido, o sobrenatural.
Meios e modos, crenças e mecânicas são utilizadas para tanto, sem sucesso. Um desses meios é estar mais perto do céu, nas montanhas, como fazem os monges. E também as pessoas comuns.
PRIMEIRO TÓPICO.
Stephen Hawking, cuja história é conhecida, considerado um dos maiores físicos da atualidade, após afirmar em 1988 em “Uma Breve História do Tempo” que a existência de um criador não era incompatível com a ciência, agora, em novo livro, “O Grande Projeto”, em parceria com Leonard Mlodinow, também físico, entende que “não é necessário invocar Deus para acender o pavio e colocar o Universo em movimento”.
Hawking passa a entender que para explicar o Bing Bang e a existência do Universo não é preciso apelar para a ação divina, o que é um procedimento simples. E enaltece as sabedorias, onde se enquadraria a sua, justificando que é preciso saber “tanto como quanto” a maneira do Universo e como se comporta. Não basta apelar para a ação de Deus como fez Newton. E arremata: “vamos tentar responder esta questão nesse livro.”
Qual questão? Pergunta-se. “A grande questão da vida, do Universo e de tudo”, diz ele.
Ainda bem que o físico VAI TENTAR......
Nessa reflexão (TENTAR) está inserida sua incapacidade e a de todos nós, faz tempo, reconhecida por Newton e no curso da história repetida por outros não menos famosos e que mudaram a história da física como o próprio Newton, inigualável como transformador dos princípios em que se escorava o mundo.
O cientista que descobriu a gravidade e as leis do movimento, a ótica e reinventou a matemática, legou à humanidade receitas múltiplas, tanto quanto listou pecados que costumava anotar em seus cadernos. Estudando a Bíblia escreveu mais sobre ela do que sobre física. Disse que Jesus voltaria a estar entre nós.
Em Newton, o ecletismo místico e a religião conviveram com a ciência fortalecendo-a, afirma Michael White, autor da biografia de Isaac Newton – O Último Feiticeiro.
Em 1936, o economista John Maynard Keynes, criador da Teoria do Estado de Bem-Estar Social, após ter acesso a documentos e anotações do físico, deu uma palestra mostrando Newton como um místico e afirmando: “Newton não foi o primeiro da Idade da Razão. Foi o último dos mágicos”, disse Keynes
Em Isaías, Livro dos Profetas, Is,11,1 – 10, está a profecia que ocorreu: “Nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor; sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; no temor do senhor encontrará ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer; mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; FUSTIGARÁ A TERRA COM A FORÇA DE SUA PALAVRA e destruirá o mal com o sopro dos lábios. Cingirá a cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade.” Era o Filho de Deus feito Homem, o Homem-Deus.
A premonição de Isaías continua forte. Muitos distanciados da fé que traz compreensão sucumbem. Outros se pensam capazes de alcançarem as portas fechadas às suas inteligências, pois só se abrem ainda nesse plano para pouquíssimos, como no encontro com a Virgem em suas aparições. Para a grande maioria resta exclusivamente outro plano, que precisa ser alimentado pela compreensão causal que a própria física tem como primordial e explica como motor do universo, causalidade que expulsa qualquer teoria de espontaneidade do surgimento da vida.
Se somente esse plano prosperasse em vida corpórea, a lei moral seria um fiasco e a vida uma piada........
Isaías no velho testamento previa que pela “FORÇA DE SUA PALAVRA”, somente com a oralidade, fustigaria o Filho de Deus, Cristo, como ocorreu e ocorre, os pretensos intelectuais.
Neles estão os QUE TENTAM ultrapassar suas limitações explicando o inexplicável.
SEGUNDO TÓPICO.
Luciano, sou apático e contemplativo com todo esse complexo de fatos e minha pequena formação não me permite grandes voos afirmativos e muito menos seguros. Mas os fatos estão aí como o que você viveu com seu irmão e a escova de sapato. Isso tudo é além de nossa inteligência, mas acontece, protagoniza uma realidade que se evidencia, tomba sob nossos sentidos. Mas me pergunto sempre, qual a razão de provar o desconhecido, o "outro lado", quando criacionismo e evolucionismo são indemonstráveis pelo mínimo racionalismo weberiano que seja, com todo seu dogma.
Acho que há total vedação para nossa inteligência, exclusive o vínculo pela fé que, evidentemente, não é autoexplicativa. Que a caridade e o bem são necessários ao ser humano, como professado pelo espiritualismo em gênero, e o espiritismo em espécie, recebemos com tranquilidade, vindos de Cristo, o ser máximo que por aqui transitou.
Vejo esses fatos como o justificável e compreensível desespero para quem perde entes queridos. Tenho o exemplo em minha mãe, que ficou doente nervosa quando perdeu seu primeiro e a época único filho, meu irmão que não conheci, com dois anos falecido.
Indago a você porque nada sei disto: o veículo mediúnico, o ser humano que incorpora essa atividade, satisfaz seu credo e sua convocação para tanto, uma coisa pessoal, a demonstrar o outro lado, pela ponte que faz, firmando convicções ou satisfaz simplesmente os desesperados por missão impositiva, e como ela se apresenta, sendo afirmativa a última proposição? Creio que para crer (eu creio assim, lastreado na dúvida que nos faz crescer, tudo isso deve ser permanente objeto de "busca") não precisaríamos disso, o contato com o desconhecido. Mas somos frágeis, fragilíssimos, seria como tocar as chagas de Cristo reencarnado para crer, necessidade humana como São Tomé em suas dúvidas foi saciado.
É tudo um grande mistério, e o maior bem de todos nós é a vida, e Deus, seu Filho e o Espírito Santo, prometeram a vida eterna, os humanos guardam esse valor, a vida, como o maior, e o é, querem, por justo, que seja infinito em outro plano esse bem, de forma mais calma, como disse Buda, o Sidarta Gautama, onde não há mais sofrimento, doença e morte. Abr. Celso
TERCEIRO TÓPICO.
Reencarnar. Seria possível tal retorno? Seria consciente?
Nada sobre isso podemos responder, a crença de muitos vigora, está de frente a bater na porta de muitos que a aceitam com confortos explicativos e a fazem entrar em suas moradas.
Já percorri estas searas, frise-se, ainda jovem, nas minhas persistentes procuras e questionamentos. A grande barreira, a outra vida que muitos negam e a ciência rejeita, lastreada na dúvida, é a chave de tudo, chave que mantém ao conhecimento a porta fechada.
O livro dos espíritas, de Kardec, estabelece grandes universos espirituais, com os espíritos direcionados para determinados lugares, em organismo de triagens e destinações. Um estatuto difícil de ser assimilado pela inteligência.
Já ouvi uma grande inteligência, em momento de descontração afirmar: “o grande barato que ainda não tirei é morrer”. É essa a porta não transposta que veda grandes saltos de como será a outra vida, se volta existirá, consciente ou não, e como.
Parece estranho essa possível volta, mas muitos fatos, muitos, provados formalmente, mostram que pessoas conhecem detalhadamente outros lugares, descrevem os mesmos minuciosamente, dizem ter estado nos mesmos antes sem nunca terem estado nesta vida nestes sítios.
Outros trazem comoção como do menino Ian que com seis horas de nascido sofria uma grande cirurgia cardíaca. Seu coração, de um lado, não se desenvolveu suficientemente, o que não permitia a oxigenação necessária via sanguínea. Seu avô, um ano antes, morrera vítima de um tiro que danificou a mesma artéria que Ian tinha como causa da insuficiência. Ian precisou de seis cirurgias para recuperar-se. Um dia a mãe ia castigá-lo, bater por estripulias feitas e ele disse: “quando eu era seu pai, você fazia artes e eu nunca te bati”. A mãe não bateu. Ian tinha cinco anos. Um dia Ian disse : “lembra dos nossos gatos, o meu e o seu, quais eram os nomes deles”? Respondi os nomes errados, o meu com o nome do dele, ele disse então que eu estava errada e deu o nome correto dos gatos. A mãe em teste mais severo, surpresa que estava, perguntou qual era o apelido do seu gato, fato que só os dois sabiam, e ele disse.
Daí em diante ela passou a crer em reencarnação, até que um dia no balanço Ian disse: “Eu não queria voltar, Deus é que quis me dar a vocês”.
Entre os muitos casos, o de um menino turco de quatro anos de idade, merece destaque. Falando sobre sua vida anterior, descreveu-a com impressionantes detalhes. Levado ao local do seu nascimento anterior, não apenas localizou a casa em que morara a pessoa, com quem ele se associava, como reconheceu parentes e amigos daquela pessoa.
"- Estou cansado de morar aqui. Quero voltar para minha casa e meus filhos.", dizia antes de ser levado ao local. Não era a súplica de um velho, distante do lar, mas de uma criança - Ismail Altinklish.
Nascido em 1956, seu pai trabalhava em Adana, Turquia, como comerciante. Com um ano e oito meses, dizia algo a respeito da vida anterior. Ismail afirmava que tinha sido Abeit Suzulmus, e que fora assassinado. Tinha quando nasceu uma cicatriz na cabeça, que ficou até 1962. Abeit Suzulmus morreu de traumatismo na cabeça em razão de golpe nela desfechado.
Ismail foi levado na casa de Abeit, tinha apenas três anos. Indicou o caminho que se situava aproximadanente mil e duzentos metros do local em que ele residia. Ao chegar, reconheceu todas as pessoas e objetos familiares a Abeit. Posteriormente uma das filhas de Abeit visitou Ismail. Após conversarem durante horas, ela ficou firmenente convencida de que ele era seu pai renascido.
Certa feita, Mehemet Altiriklish, pai de Ismail, comprou melancias e o menino quis dar a maior delas à "sua" filha, Gulsarin. A recusa do pai levou Ismail a profundo choro. Ismail comportava-se como um adulto muitas vezes, e seus pais acreditavam ser ele dotado de uma inteligência superior à das outras crianças. Falavam que ele, escondido, tomava raki, bebida turca de forte conteúdo alcoólico. Abeit também era conhecido como grande apreciador de raki.
Um vendedor de sorvetes, de nome Mehmet, passou pela casa de Ismail. Quando este o viu, aproximou-se dele e perguntou-lhe se o reconhecia. O vendedor de sorvetes respondeu que não, então Ismail disse-lhe: "Você se esqueceu de mim. Sou Abeit. Antigamente, você vendia melancias e verduras." O homem concordou que ele estava certo e, depois de uma longa conversa com o menino, se convenceu de que estava diante de Abeit renascido. Quando Ismail percebeu que seu pai ia pagar alguns sorvetes que comprara, interferiu dizendo: "Não pague os sorvetes, pai. Ele ainda me deve dinheiro pelas melancias que lhe entreguei." Mehmet, então, confirmou que ele ainda estava em débito com Abeit.
Essas histórias nos remetem a determinadas surpresas pessoais quando sentimos fortemente termos estado antes em lugares que ainda não estivemos. É uma linha invisível perto de tantas provas contundentes. Há uma presença de ancestralidade e presença anterior em lugares e edificações nunca visitadas antes, as vezes longevas, sinto isso.
O mistério é lacre definitivo e eterno para os vivos, vamos morrer com ele, então a porta se abrirá.
O Deuteronômio, por exemplo, diz : "Quando entrares na terra que o senhor teu Deus te há de dar, guarda-te de querer imitar as abominações daquelas gentes. Não se ache entre vós quem purifique seu filho ou sua filha, fazendo-os passar pelo fogo, nem quem consulte advinhos ou observe sonhos ou agouros, nem quem use malefícios, nem quem seja encantador, nem quem consulte os nicromantes [médiuns], ou advinhos, nem quem consulte dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas, e por tais maldades, exterminará estes povos à tua entrada" (Deut. XVIII, 9- 12). Negritos nossos.
QUARTO TÓPICO.
A ÚNICA CERTEZA.
A única certeza que se tem na vida é que um ser diferente passou por aqui. Tão diferente que foi Pai e Irmão, Pai em espírito, Irmão em carne. Foi corpo igual ao nosso. Viveu como nós, como homem, teve fragilidades, quando partia chamou por seu Pai, somente não pecou em consciência, essa sua grande dessemelhança de nós.
Sua diferença é que sendo o maior de todos os seres, não foi dominador, nem se proclamou sábio, a pretensão seria a negação de sua grandeza, inveja é a marca suja assim ensinada por Ele, ausência de caridade, egoísmo, o pior dos traços da criatura entronizada no universo pela Primeira Causa eficiente, seu Pai.
Foi Grande por sermos pequenos. Somos a terra que precisa fertilizar-se, aumentar a caridade quando renegamos até mesmo irmãos de sangue, não os protegemos, não os acudimos, não os socorremos. Muitos negam seus pais, os abandonam, imagine-se o próximo desconhecido que Ele manifestou para amar como a nós mesmos.
Essa a única certeza, a absoluta verdade de Quem desafiou o tempo a mostrar o que somos, mas a sinalizar o caminho que leva à verdadeira liberdade e plenitude. Os que se pensam grandes, os que se acham distantes de seu acanhado invólucro, o corpo e suas fraquezas, são apanhados de surpresa pela imponderabilidade do tempo, fechando o ciclo da existência corpórea.
Mas Ele é Irmão e Pai, e como Pai ama a todos, aos invejosos, aos ausentes de caridade, aos covardes, aos mentirosos e falsos, aos que se escondem Dele e o negam em suas falsas e ignaras posições, fugindo da história e da pacífica mecânica universal por falta de inteligência mais dotada. Mas Ele os conhece, os perdoa na passagem necessária, mas os faz expiar seus males difundidos e difusos, que fizeram sofrer, fazendo-os sofrer ainda nesta vida, marcando-a com aflições maiores e perda de capacidade existencial.
É uma maneira de depurar que Ele dá a quem enxerga e se apossa desse “plus” para ascender e clarear um futuro espiritual melhor.
Ele é o Senhor dos Tempos, a Única Certeza de Alguém que esteve ensinando sem nada escrever o que ninguém ensinou que perdurasse por milênios. É o bastante, uma oralidade que ficou de alguma forma, por terceiros, por livros de terceiros, por mensagens de terceiros, pelas aparições de sua Mãe, mas ficou, só Ele ficou, mais ninguém que nada escrevesse, nem uma só palavra, movimentando a história, nações, povos, instituições, o poder temporal e espiritual, tudo e todos girando em torno Dele, para contestá-lo ou exaltá-lo.
Ficou e ficará para sempre, pois não pertence a esse espaço, é o Senhor dos Tempos e dos Mundos, Jesus Cristo, o Filho do Primeiro-Motor, da Primeira-Causa, Deus.
QUINTO TÓPICO.
DE ONDE VIEMOS, PARA ONDE VAMOS?
Quem pode responder essas perguntas? Ninguém.
Tentaram fazê-lo incontáveis mentes, iluminadas ou não. Buda chegou a um parâmetro. Na verdade sua iluminação fica contida nas nossas limitações, não explica como ninguém explicará essas indagações. Elas não nos pertencem, não estão possibilitadas de serem desvendadas pela nossa humilde inteligência.
Ficou Buda em uma quase desistência, retirando-se da vida comum, o que fazem os monges-renunciantes, pois negando a vida comum, nosso “carpe diem”, nos despojamos das emoções concorrentes a viver a vida. Significa dizer, já morremos bastante.
Buda nos legou após sua busca, com inestimável proveito e valor, a pacificação interior onde não mais ficaríamos atemorizados com a “doença, a velhice e a morte”. É o encontro da realidade com a verdade. Não pertencemos ao mundo explicativo das ordenações maiores, somos pó, como mutação de matéria, e vida como oxigênio inalado enquanto respirado.
Tudo pertence à eternidade como a ela pertencemos nas duas formas, material e imaterial. Os evolucionistas, infantilmente, esbarram na volta ao “bing bang”, e nada podem provar em digressão, da mesma forma que os criacionistas. Ensinou Buda que pela energia vital a que somos conduzidos pela essencialidade da meditação, leia-se concentração na respiração para reeducar a atenção, encontraríamos entendimento para o que somos neste planeta e, assim, ficaríamos pacificados na compreensão, alto estágio humano, de acesso a poucas pessoas, entronizados na certeza, firme e completa, de que a ilusão é caminho puro, largo e aberto para o sofrimento, e a isso tudo se dirige.
É preciso compreender nossa jornada, não nos desesperarmos com sua realidade inafastável. Somos pó e estamos no “vale de lágrimas”. Por isso vivamos nosso “carpe diem”.
Edgard Wilson, pioneiro da sociobiologia e da biodiversidade, considera que: “A existência do sobrenatural, se aceita, atesta a realidade daquele outro mundo tão desesperadamente desejado. Qualquer coisa servirá, contanto que dê sentido ao indivíduo e de algum modo estenda à eternidade aquela breve passagem da mente e espírito lamentada por Santo Agostinho como o curto dia do tempo”.
Estamos diante da ilusão do desconhecido como existe a ilusão do conhecido, o que vivemos agora. A fé alimenta aquela conduta, a irrealidade esta, trazendo surpresas para os despreparados, quase todos.
Com sua alta penetração aduz o cientista Edgar Wilson, tentando afastar o sectarismo e o fanatismo que desnaturam a normalidade da convicção: “A mais perigosa das devoções, na minha opinião, é a endêmica ao cristianismo: não nasci para este mundo. Com uma segunda vida aguardando, o sofrimento pode ser suportado – especialmente em outras pessoas”. Não só o cristianismo, mas qualquer posição fundamentalista, radical, assim posta, leva à desrazão e total insuficiência emocional.
Espertamente, diante disso, Pascal fez uma aposta, caso exista uma vida após a morte, raciocinou o filósofo do século XVII, sendo fiel, crendo, terei um bilhete para o paraíso e aproveitarei o melhor de ambos os mundos. Dizia ele, se eu perder, escreveu Pascal, teria perdido pouco, se ganhasse teria ganho a vida eterna.
O ponto a ser atingido pela serenidade e sabedoria está na confluência do encontro da razão com o bem, no verdadeiro caráter que brota de uma fonte mais profunda do que a religião. É a conscientização interiorizada dos princípios morais de uma sociedade, soma dos princípios pessoais escolhidos pelo indivíduo, fortes o suficiente para resistirem às provações da solidão e das adversidades, do sofrimento enfim.
SEXTO TÓPICO.
Sei que nada Sei"
Com estas palavras Sócrates resumiu este primeiro passo do estudante, reconhecer sua ignorância.
Reconhecida a ignorância, passamos a segunda etapa do auto-conhecimento, esta etapa Sócrates chamou de maiéutica, que significa técnica de trazer a luz, e era em homenagem a sua mãe, que era parteira.
Nesta fase são entregadas as chaves, que o estudante utilizará para se autoconhecer, pois o autoconhecimento não pode ser ensinado mas tão somente ser aprendido.
De forma semelhante a uma chave, chegamos a alguém e lhe entregamos uma chave da casa e apontamos como chegar a casa, então a pessoa vai com a chave e abre a porta e descobre o que existe lá dentro, por si mesma. E assim que ocorre o autoconhecimento, os Mestres sempre entregam as chaves, mas cabe a nos ir e abrir a porta do nosso próprio interior.
O fim desta História é muito conhecido, os mesmos homens que Sócrates desmascarou, suas falsas sabedorias , foram os responsáveis pelo seu Julgamento, onde ele foi obrigado a tomar a cicuta, morrendo envenenado.
Os Mestres que entregam o conhecimento sempre são perseguidos e incompreendidos, pois as pessoas acreditam que já são justas, virtuosas, e até sábias, o autoconhecimento é tremendamente revolucionário e nos faz comungar com todo o Universo e com Deus.