imagem: brasilescola.com
Eu, um anti-poeta?
Acho que eu sou um anti-poeta, ou não existe poeta nenhum em mim. É só um personagem, um encosto... Sei lá! Eu não sei definir o que é “ser poeta”. Só acho que não é “só escrever poesias”. Deve ser muito mais do que isto. É uma filosofia de vida ou algo assim. Talvez eu esteja exigindo muito do poeta.
Quando eu tenho que participar de algum evento, que é preciso dizer qual é a minha "função", eu digo poeta com tanta timidez, que até parece que estou mentindo. E quando alguém me chama de poeta, eu adoro o título, mas fico como alguém que recebeu uma armadura bem maior de que o corpo franzino.
Quando eu tenho que participar de algum evento, que é preciso dizer qual é a minha "função", eu digo poeta com tanta timidez, que até parece que estou mentindo. E quando alguém me chama de poeta, eu adoro o título, mas fico como alguém que recebeu uma armadura bem maior de que o corpo franzino.
Para mim, ser poeta é uma responsabilidade muito grande. Quando eu penso em Castro Alves, Gregório de Matos, Cuíca de Santo Amaro, Rodolfo Coelho Cavalcante... (isto, só na esfera da Bahia) eu me sinto pequenininho, não me acho digno de ostentar o título. O que alivia o meu sentimento é ver tanta gente, só porque escreve alguns versos, se auto-intitulando de poeta, sem ao menos procurar conhecer a história dos grandes poetas; sem procurar saber alguma coisa sobre a própria poesia, mesmo que não faça uso do que aprendeu. Eu, pelo menos, procurei e procuro saber alguma coisa sobre os poetas e sobre poesias. É esse pouco saber que me salva.
15.11.2011