Aeroporto do Galeão, sábado pela manhã.
Chegou com ares de independência. Malas e pertences, o notebook enviesado no corpo e muita disposição.
Na verdade estava amedrontada pois, pela primeira vez, viajaria sozinha para um lugar desconhecido.
Custou-se a decidir mas, aquele momento, aguardado há muitos anos não poderia ser desprezado: sua primeira participação numa Antologia. Aliás, duas: prosa e poesia.
Amedrontada mas não imobilizada!
Localizou-se. Depois do check-in, embarque.
À janela do avião só as nuvens se mostravam. Turbulência não era problema, já vivenciara. Só a turbulência interior incomodava.
Preferiu dormir.
Desembarque e novos desafios. Vencidos mais uma vez com certa ousadia.
Hotel: banho, preparativos.
Evento: lançamentos na Feira do Livro em Porto Alegre
Chegando, ainda perplexa, percebeu que a “ficha não caía”... parecia flutuar.
Escrevia desde os 17 anos, hábito interrompido e cada vez mais esparso. Retomara seus escritos, com mesmo vigor da juventude, há mais ou menos 5 anos.
E, ali, diante de si, a concretização do velho sonho: vê-los publicados:
palpáveis, não sujeitos à hackres.
Foi um dia definitivo em sua vida: abrira a última porta de acesso à liberdade!
Eu, POEMA À FLOR DA PELE, em verso e prosa.
Rosângela de Souza Goldoni
15 11 2011