Os Poetas são doentes crônicos

Poetas

São doentes crônicos

Morto-vivos esperando por luz

Pés descalços

Almas ao vento

Expõem os seus sentimentos em carne viva

Sobrevivem no mundo das máscaras

Encobrindo-se com mantos sagrados

Felicidade e dor são anestésicos para os seus inconformismos com a vida

Conforto lhes traz as palavras que lançam fora de si

Ora como pérolas, ora como lixo reciclável.

Incólumes sente-se donos de si

Como se o amor não lhes bastasse e nem a dor lhes dilacerasse

Na verdade não conhecem a si mesmo

Por isso perambulam pelo mundo como andarilhos

Batendo de porta em porta

Procurando por partes de si no contraste de suas emoções

Quando se encontram num todo, deixam de ser Poetas.

E passam a viver a vida comum que sempre quiseram

Vazia de sentidos.

Robertson
Enviado por Robertson em 14/11/2011
Reeditado em 15/11/2011
Código do texto: T3336100