Os Poetas são doentes crônicos
Poetas
São doentes crônicos
Morto-vivos esperando por luz
Pés descalços
Almas ao vento
Expõem os seus sentimentos em carne viva
Sobrevivem no mundo das máscaras
Encobrindo-se com mantos sagrados
Felicidade e dor são anestésicos para os seus inconformismos com a vida
Conforto lhes traz as palavras que lançam fora de si
Ora como pérolas, ora como lixo reciclável.
Incólumes sente-se donos de si
Como se o amor não lhes bastasse e nem a dor lhes dilacerasse
Na verdade não conhecem a si mesmo
Por isso perambulam pelo mundo como andarilhos
Batendo de porta em porta
Procurando por partes de si no contraste de suas emoções
Quando se encontram num todo, deixam de ser Poetas.
E passam a viver a vida comum que sempre quiseram
Vazia de sentidos.