VOU ESTAR DEFECANDO A LÍNGUA PORTUGUESA...

Doa a quem quiser estar querendo que doa.
Vou estar enviado a amostra para o senhor.
Vou estar avaliando sua proposta.
A gente vai estar trabalhando somente após o feriado.
Estaremos avaliando seu currículo.

Será que assim não ficaria melhor, e muito mais correto ?

Doa à quem doer.
Vamos lhe enviar uma amostra.
Vamos avaliar sua proposta.
Trabalharemos apenas após o feriado
Vamos avaliar seu currículo.

Primeiro veio o terrível e mau hábito do uso do: “A nível de...”. Para enfeitar as frases as pessoas não economizavam no “A nível de...”. Depois surgiu o não menos terrível: “Com certeza ...” Tudo era na base do “Com certeza...”
E assim são criados na língua portuguesa centenas se vícios e manias, assim como o: “A gente gosta disso.” Que substituiu o correto: “Nós gostamos disso, ou apenas “Gostamos disso.
A mais incrível de tudo é que há pessoas que ainda acreditam que estão falando difícil e esnobando em termos de comunicação.

Outro dia recebi um e-mail com o seguinte conteúdo:

“Vou estar com ele no período da manha e a tarde já poderia estar ligando para falar com ela. Irei estar passando o orçamento.”

Esse gerundismo crônico e agressivo está maciçamente presente no linguajar dos operadores e operadoras de telelemarketing espalhados pelos quatro cantos do Brasil. Virou até uma língua própria.

Cheguei a uma conclusão lógica: Quando falta cultura as pessoas inventam coisas por acharem que estão falando com mais clareza, mais status e de forma mais chique. E o problema não para por ai, isso chega ser pior que droga, pois as pessoas ficam viciadas no "gerundismo”. Há quem apresente sintomas até de crise de abstinência do dito cujo. Se atrapalham na hora de tentar falar mais correto e acaba ficando pior ainda.

Esse gerundismo não é muito diferente dos clássicos:

Resistro em carteira.
Eu só como com galfo e faca.
Mas não tem pobrema (há quem diga ploblema e até poblema).
Põe menas arroz por favor.
Pegou ele em fragante.

Nosso país chega a ser uma piada mesmo devido aos contrastes absurdos: Feedback, Prospect, Merchandising, Telemarketing, Business, e tantos outros termos estrangeiros adaptados à nossa língua.
Creio que chique mesmo é usar a nossa língua sem erros grosseiros, modismos, ou tantos estrangeirismos.

Será que estou tão errado assim ? Quando digo essas coisas as pessoas se espantam como se eu estivesse falando “Grego”.