"coveiro municipal"
Coveiro municipal
Querido leitor,não se assuste com o título,um tanto soturno que estou dando a esta pequena crônica,mas,como falam os grandes cronistas,tais como Gilberto Dantas,Ciro Fonseca ,Paulo Rego ,deste ultimo,conheci a palavra gurufim que quer dizer “velório de pobre” que acaba,sempre em samba,esquecendo-se,as vezes até,do finado,a crônica nasce de um tema,aparentemente,sem relevo,mas,toca o escritor em algo de sua mente,e o resultado dá no que vou relatar.
Contudo,caro e bondoso leitor,eu que me desmancho em poemas bolorentos,lamurientos,onde,cavando um profundo buraco,entro em seu interior e,fico incomodando aos passantes,gritando por socorro,resolvi compor esta crônica capenga baseada em meu pai,um jovem senhor de 93 anos,o Sr Antonio Rocha.O meu pai,no alto desta idade,debate a questão árabe como poucos,discute futebol,ouve Mozart ,apesar de ter ,apenas,o primário em uma escolinha do interior de Santo Estevão,interior da Bahia.
Pois bem,vamos aos fatos.Preparando para sair para a pratica do violento esporte bretão,a compra em supermercado,alertei a meu pai que o correio poderia passar,trazendo uma encomenda da Filatelica Penny Black,no que ,ele indagou :”O Coveiro?”.Não resistindo,ri,e contra argumentei;”Pai,o que o coveiro viria fazer aqui ?”
Meus amigos,no bagava ghita há uma frase que diz;”O pior inimigo do Eu é a mente”,mas,pobre de meu Eu,não perderia esta oportunidade.”Perco meu Eu,mas,não perco a crônica”.Dirigindo,absorto,o carrinho de compras,imaginava.
Coveiro municipal,funcionário concursado,vestido de terno preto comparece as residências e entrega um formulário que diz.”Sr fulano de tal,conforme determinado por ocasião de seu nascimento,quando completar seu tempo,o Sr deverá recolher taxa municipal,referente a serviços funerais,levar saco GGG preto sem costuras,e comparecer ao crematório municipal meia hora antes da hora marcada.”
Pensei,amado leitor,se no momento em que escrevo esta crônica,bate a minha porta,tal figura,portando o famigerado papel.
Mais do que depressa,entoaria o gayatri mantra.
Om bhūr bhuva svar
tat savitur varenyam
bhargo devasya dhīmahi
dhiyo yo nah prachodayāt
Rezaria umas 40 ave marias,invocaria um orixá e,se não desse certo,iria,enfim ,ao banco recolher o imposto devido...
Coveiro municipal
Querido leitor,não se assuste com o título,um tanto soturno que estou dando a esta pequena crônica,mas,como falam os grandes cronistas,tais como Gilberto Dantas,Ciro Fonseca ,Paulo Rego ,deste ultimo,conheci a palavra gurufim que quer dizer “velório de pobre” que acaba,sempre em samba,esquecendo-se,as vezes até,do finado,a crônica nasce de um tema,aparentemente,sem relevo,mas,toca o escritor em algo de sua mente,e o resultado dá no que vou relatar.
Contudo,caro e bondoso leitor,eu que me desmancho em poemas bolorentos,lamurientos,onde,cavando um profundo buraco,entro em seu interior e,fico incomodando aos passantes,gritando por socorro,resolvi compor esta crônica capenga baseada em meu pai,um jovem senhor de 93 anos,o Sr Antonio Rocha.O meu pai,no alto desta idade,debate a questão árabe como poucos,discute futebol,ouve Mozart ,apesar de ter ,apenas,o primário em uma escolinha do interior de Santo Estevão,interior da Bahia.
Pois bem,vamos aos fatos.Preparando para sair para a pratica do violento esporte bretão,a compra em supermercado,alertei a meu pai que o correio poderia passar,trazendo uma encomenda da Filatelica Penny Black,no que ,ele indagou :”O Coveiro?”.Não resistindo,ri,e contra argumentei;”Pai,o que o coveiro viria fazer aqui ?”
Meus amigos,no bagava ghita há uma frase que diz;”O pior inimigo do Eu é a mente”,mas,pobre de meu Eu,não perderia esta oportunidade.”Perco meu Eu,mas,não perco a crônica”.Dirigindo,absorto,o carrinho de compras,imaginava.
Coveiro municipal,funcionário concursado,vestido de terno preto comparece as residências e entrega um formulário que diz.”Sr fulano de tal,conforme determinado por ocasião de seu nascimento,quando completar seu tempo,o Sr deverá recolher taxa municipal,referente a serviços funerais,levar saco GGG preto sem costuras,e comparecer ao crematório municipal meia hora antes da hora marcada.”
Pensei,amado leitor,se no momento em que escrevo esta crônica,bate a minha porta,tal figura,portando o famigerado papel.
Mais do que depressa,entoaria o gayatri mantra.
Om bhūr bhuva svar
tat savitur varenyam
bhargo devasya dhīmahi
dhiyo yo nah prachodayāt
Rezaria umas 40 ave marias,invocaria um orixá e,se não desse certo,iria,enfim ,ao banco recolher o imposto devido...