Crônica - Cafezinhos ao Fim de Almoço

Sexta-feira, fim de almoço no restaurante. Preparo-me para pagar a conta e tomar o costumeiro cafezinho na saída. Como sempre a conta veio alta, e a taxa do garçom maior do que a que deveria ser cobrada. Não reclamei, pois havia sido bem atendido, mas para tirar esta sensação amarga de ter feito um rombo na conta bancária, vou apreciar o sabor daquele sucinto café, o qual parecia me puxar ao seu encontro desde o momento em que entrei no restaurante.

Pego um copo, encho, e bebo. Ao ingerir este líquido, que não estava frio, mas congelando, minha vontade fora de cuspi-lo, que coisa horrível estava aquele negócio. Discretamente pergunto a balconista:

-Este café é de hoje?

- Nossa, que bom que o senhor me lembrou, este está ai desde hoje de manhã e eu me esqueci de trocá-lo.

Terminei de beber o restante por educação, mas me segurando para não fazer caras e bocas. Sinceramente achei um abuso aquele café se encontrar frio em um ambiente com tanta circulação de pessoas como aquele.

Atualmente está ocorrendo um descaso com o cafezinho. Entre tantos outros modelos e sabores de bebidas, dos mais variados tipos que o setor alimentício vem oferecendo, o típico cafezinho fica esquecido em meio a esta variabilidade.

Pois é, esta bebida que já foi símbolo do nosso país a qual por dados históricos pode ser considerada a principal responsável pela riqueza do estado de São Paulo, fica em devaneio.

Mesmo após o ápice do ciclo cafeeiro, o produto se tornara marca característica do nosso país perante o mundo e também continua inserida em nossa cultura.

Fui visitar um amigo o qual vivia em uma casa suntuosa, cheia de detalhes. O convite fora o mesmo se tivesse ido a uma casa mais simples:

- Vamos tomar um cafezinho?

Então perceba, seja pobre, ou seja rico o convite é o mesmo, é sempre o simples cafezinho.

Um seriado característico, mesmo este não sendo brasileiro, mas que demonstra esta situação é o Chaves, nas visitas do Professor Jirafales a Dona Florinda, tudo sempre termina em uma xícara de café.

Também existem outros que nos convidam para o chá das cinco, um hábito importado, mas este é assunto para outra crônica.

O café se tornou tão importante e inserido em nossa cultura, que além de ser um bom hábito nos auxilia no processo da digestão.

Vivemos em meio aos mais variados tipos de bebidas sejam estas com álcool ou não, possuem sabores inigualáveis, por isso que não me conformo quando se esquecem desta bebida tão típica se não conseguimos ficar sem ela, o velho cafezinho.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 14/11/2011
Código do texto: T3334930
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