Poxa, eu ainda posso sonhar!
Poxa, eu ainda posso sonhar!
Ou melhor. Corrigindo. Nós ainda podemos sonhar! E podemos ter certeza disto. A minha veio em dois dias de palestras para estudantes da Escola Municipal Hugo Gerdau de Sapucaia do Sul – RS. Desde a curiosidade normal e festa das turmas de sexta série, até a uma maior concentração as turmas de sétima e oitava séries, foram dois de gratificação total que nos deram a certeza de que ainda não só podemos, mas devemos sim, sonhar. Especialmente de receber ao final das palestras perguntas que iam além do simples pensar, até o receber textos de crônicas e poesias para avaliar. E aí sentimos que nossa juventude quer mesmo falar. Dizer coisas como na crônica “Nosso dia a dia” da menina Rubi Esmeralda, onde ela lembra que no nosso cotidiano temos que conviver com a violência física, verbal, sexual, mas arremata o pensamento dizendo que nem sempre e felizmente as coisas são tão ruins, pois afinal, quem não gosta de tomar sorvete? Ou então me sentir voltar ao tempo do primeiro amor na poesia “Que sentimento é esse?” do garotão Gabriel Roveda tentando imaginar como fazer para se declarar ao dizer “Mas agora... O que faço, na hora do abraço? Conto? E se ela não sentir o que sinto? A perco? Mas como diz aquele ditado careta “Quem não arrisca não petisca” eu irei arriscar. Afinal, a vida é feita de riscos e estou disposto a correr o meu, por amor.” Não sei por que, mas durante o bate papo fiz questão que Gabriel lesse para os colegas um de seus poemas,” Quem sou eu para estar chorando?” em que ele diz “Quem sou eu para estar chorando? Se estou triste, é por motivos fúteis, pois se eu olhar para o lado tudo bem vai estar. E também, se eu mais pensar, deixarei de amar quem não merece meu amor, pois só a quem me ama tenho que dedicar.” O poeta desnudando sua alma juvenil, e para rimar, soltando suas emoções a mil!
E a professora Maritane Moura que nos deu uma crônica, “Momento mais esperado do dia”, encerrando assim... “No caminho de casa, as imagens vêm naturalmente, de um banho gostoso, algumas cuias de chimarrão, sentada em um sofá ou cadeira confortável, conversar um pouco. “Maiêêê!!!” (abraços) “ Filho, que saudade que mãe estava de ti! ” “ Filha, como tu tá liiindaaa! Como foi sua aula?”
Morram de inveja!
Obrigado a todos... E ao final da última palestra, na rua, uma chuvinha para refletir nos espelhos das calçadas a alegria de saber que ainda podemos sonhar. E eles, já querendo saber quando vamos voltar.
Antonio Jorge Rettenmaier, Escritor, Cronista e Palestrante. Esta coluna está em mais de oitenta jornais no Brasil e Exterior.