Na frente do Pc nada pra fazer

Sexta chuvosa em casa. Tudo para fazer, nada de disposição. O plano de procurar textos para ler na internet foi transformado em uma navegação a esmo no perfil de algum site de convivência. Digitei nomes que fizeram parte de minha vida. A Karla do colegial. Será que encontro ela...casou, já? Continua linda, e pensar que aos 11 anos ela era meu ideal. E que sofrimento era ser amigo da garota de que se gostava. Era eu um poeta rebelde, abandonando a escrita poetizava em sentimentos. Egoísta, teci os mais belos poemas para mim. Sofri com eles, relembrei por vezes cada gota de saudade do não acontecido. Soube desde o início que eram ricos os poemas que transbordavam em mim, mas cruel eu fui e os esqueci. Como se fosse mais uma insignificância da vida. E eram. Quem disse que o artista é maior do que os outros homens, ele é uma ridícula vítima da humanidade que assola a todos. Que seja efêmero, e impossível de lembrar-se do que...passou.

No estampido que a rolha produz ao ser retirada da nova garrafa de vinho escuto a ausência de opiniões sobre a qualidade da bebida e me deleito com a sensação que este fermentado me provoca.

Mais um perfil, olha só minha primeira namorada casou também com uma tal de Carmem. Que fenômeno é este? Mais uma casada. O Flávio também, não. Até o Flávio, casou e é pai?!

Fecho a página levanto da cadeira e abro a porta, acho devo estar perdendo alguma coisa lá fora...

OCaradajanela
Enviado por OCaradajanela em 13/11/2011
Código do texto: T3332556