Deparando-me com o desamor...











 
Às vezes espanto-me com o desamor e a insensibilidade humana.
Outro dia, indo para o trabalho, ouvi um miado longe e quase sem forças...
Olhando para os lados, nada vi.
O som continuava...
De repente vejo ainda pequenino, indefeso e quase imperceptível, pois era da cor do asfalto, um filhote de gatinho cambaleando no meio da rua.
O meu coração ficou apertado de tanta pena, mas não podia fazer nada...
Como interferir no percurso da vida? Não posso mudar as misérias do mundo!
Infelizmente, devido ao meu trabalho, embora deseje; não tenho animais.
Tê-los significaria cuidar, dar carinho, atenção e amor!
Tentei seguir o meu caminho, mas alguma coisa me fazia olhar para trás...
Quando virei, vi uma senhora, literalmente ‘varrendo’ o bichinho como se fosse um rato, ou sei lá o quê!
O pobre coitado não conseguia levantar do asfalto...
Mesmo atrasada, voltei, peguei o bichinho e o meu coração chorou.
Ele era lindo!
Os seus grandes olhos azulados pediam-me... Não me abandone!
Pensei...
Se não pudermos fazer o bem, jamais façamos o mal!
Pedi a Deus para escolher a casa certa e deixá-lo.
Um lugar onde houvesse alguém caridoso e não insensível como aquela mulher!
Pelo visto, o tempo nada acrescentou a sua vida e coração.
Que o nosso Pai a perdoe, diminuindo as suas amarguras e tristezas.
Nesta rua tem uma casa onde sempre vejo cachorros e gatos, então decidi que o deixaria lá.
Ele continuou miando, provavelmente de fome, mas prossegui o meu caminho.
A lembrança daquela cena ainda apertava o meu peito e a minha alma chorava...
Entretanto, a minha consciência estava em paz e o meu coração leve.
Fiz a minha parte.
Só restou-me dizer:
Boa sorte, amiguinho!
 






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Márcia Ramos
Enviado por Márcia Ramos em 12/11/2011
Reeditado em 12/11/2011
Código do texto: T3332193
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