Praia da Curva Da Jurema
Mais uma vez estou na Curva da Jurema, localizada na parte leste da cidade - entre a Praça dos Desejos e a Ilha do Boi - com uma bela vista das ilhas do Boi e do Frade. Cito “mais uma vez” porque este é um lugar onde, decididamente, jamais arriscarei contar por quantas vezes aqui fiquei e ainda ficarei, por razões que meu inconsciente desconhece em todas as suas facetas, já que a beleza e o “clima” do local são insuperáveis.
À beira-mar avisto algumas varas de pescar com seus solitários pescadores, homens que ganharam a sorte de viverem entre a terra e o mar.
Pessoas caminham na areia da praia, em ritmos distintos, buscando, quem sabe, manter seus corpos em forma e suas mentes relaxadas. É visível o seu envolvimento com o lugar.
Quero-queros voam e cantam numa sinfonia digna de orquestra, deixando no ar a sensação de que o mundo reside aqui – e nada mais será descoberto com tamanha leveza.
Uma turma de aposentados faz seu "escritório" debaixo de um dos coqueiros. Diariamente marcam ponto no local, deliciando-se com conversas regadas à muita cerveja. Sem dúvida, um trabalho!
É prazeroso sentar em uma mesa de bar, com os pés descalços na areia da praia, tendo o mar – o infindável mar - diante dos olhos. Hoje ele está calmo, mas nem sempre é assim. Algumas vezes suas águas ficam arrepiadas, onduladas pelo vento nordeste que avizinha-se para mostrar que também demarca o seu espaço.
Para beliscar, peço quase sempre um pastel de camarão com palmito e, para matar a sede, uma água tônica com gelo e limão. Tudo simples, assim como o lugar, assim como gosto de ser.
Nesta curva faço uma das coisas que mais gosto: ler um bom livro e viajar com ele – e como viajo!
Neste pequeno braço de mar a natureza explode em todo o seu esplendor e, na simplicidade, toda a sua complexidade. Ambigüidade a ser estudada!
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