Uma aposta, nova aposta...
Ele chegou afoito e se sentou. Cartas foram distribuídas após fichas sobre a mesa. Notei uma aliança que brilhava em sua mão esquerda. Um som escapou de seu celular. Ele deu uma olhada, mas ignorou quem chamou. Jogadas seguiram uma após a outra. Novo som foi ouvido e ele atendeu dizendo:- “Bem, eu já estou saindo.” E desligou. Ela ficou à espera. Ele não se apressou e nem se desesperou. Continuou a apostar. Horas passavam e o pano verde o hipnotizava cada vez mais. Ele não conseguia parar de apostar. Eu me lembrei de “O Jogador”, uma das obras de Fiódor Dostoiévski que, em 1866, mostrou a condição de quem se entrega ao jogo. Uma frase do notável autor, apresentada em seu livro é:- “Aliás, os jogadores sabem muito bem como é possível ficar-se cerca de vinte e quatro horas com as cartas na mão, sem se virar o rosto para os lados”.
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FIÓDOR DOSTOIÉVSKI
Moscou, 11/novembro/1821 – São Petersburgo, 09/fevereiro/1881.
É considerado um dos maiores romancistas da literatura russa. Muitos o têm como o fundador do existencialismo.
Em 1881, no seu último romance, “Os Irmãos Karamazov”, ele escreveu: “O amor é mestre, mas é preciso saber adquirí-lo, porque se adquire dificilmente, ao preço de um esforço prolongado; é preciso amar, de fato, não por um instante, mas até o fim.”
Suas maiores obras entre inúmeras foram:- "Crime e Castigo", "Os Irmãos Karamazov", "O Idiota", "O Jogador". Em 1848, seu conto "Noites Brancas" mostrou um momento romântico maravilhoso.