em quem confiar?
“estamos em crise de confiança. Em quem confiar”
A últimas setenta e duas horas de noticiários, para olhos e ouvidos atentos, nos mostra um mundo baseado numa quebra de confiança. No final dos anos setenta, para ser mais preciso em 1979, em uma conversa após a aula de economia farmacêutica com o mestre Mendes Pereira, fundador da Faculdade de Economia do Maranhão, ele me dizia textualmente; “Filho, toda economia gira em torno da palavra confiança. Você emite um cheque, e a pessoa que o recebe, confia que este cheque tem fundos. Uma nação lança dinheiro no mercado, e os moradores desta nação confiam que o país tem reservas em ouro, serviços etc, que servem como lastro. Quando a confiança é quebrada há um efeito dominó que vai do mais alto até o mais baixo escalão, provocando uma cachoeira de problemas.
Saindo ao âmbito do dinheiro ou permanecendo nele, vejo hoje nos jornais a declaração do bandido preso no Rio, que “metade do faturamento do tráfico ia para policiais”. Mais uma vez volto a palavra confiança. Quando você olha um sujeito fardado, você imediatamente confia – pronto um policial inspira confiança, ele existe para nos defender. Este é o princípio que norteia nossos sentimentos em relação a eles. Paralelamente a esta declaração, vê-se a ação do tenente, que resiste à tentação de receber hum milhão de reais para soltar o traficante. Os dois fatos nos levam à reflexão sobre a palavra confiança.
O Ministro do trabalha em meio a bravatas e declarações de amor, tenta a todo custo mostrar para a sociedade, que ele é um homem de confiança.
Ampliando a angular de nossas buscas vemos uma Europa, até então de capitalismo forte, tremer diante de crises da Irlanda, Espanha, Grécia (berço de grandes pensadores), Itália, todos parecem mostrar agora, que os números que nos mostravam em seus balancetes não eram confiáveis.
Na verdade o mundo inteiro passa por crise de confiança. Os mercados cada vez mais voláteis mostram números duvidosos. Quem tinha razão era o Lula, que dizia ser tudo uma marolinha. Quem assistiu ao vídeo “capitalismo, uma história de amor”, sabe o que foi a farsa da crise mundial, que enriqueceu mais ainda uma dezena de empresas americanas. E quem acreditava que o super-homem Obama mudaria todo o contexto, tem que engolir, e isto está no documentário de Michael Moore, citado anteriormente, que os tentáculos dos grandes conglomerados do capital norte americano têm cadeira cativa no governo do salvador da pátria, e são responsáveis pelas principais decisões de governo, desta forma defendem o próprio umbigo, bem longe daquelas esperanças depositadas nas urnas. O corpo de MARTIN Luher King deve estar remexido no túmulo.
Em quem acreditar?, para onde foi a nossa confiança?. Quem encontrá-la por aí mande de volta e exponha em Rede Nacional. Precisamos que homens de bem possam nos restituir a confiança neste rico, pobre país.
Para concluir, lembro-me agora de uma aula proferida pelo professor Teixeira no Curso José Maria do Amaral, que nos contava um episódio da época do regime militar. Dizia ele que um general, que agora não lembro o nome, entregara a pasta que dirigia, porque até na véspera achava que ninguém seria capaz de comprá-lo, mas descobrira no dia anterior que ele tinha um preço, por isto estava devolvendo o cargo para continuar com a consciência tranqüila. Este episódio marcou a minha memória, e nestes tempos em que buscamos homens de bem como quem procura agulha no palheiro, digo, que aquele militar ta fazendo falta e pouco será lembrado pela maioria por este gesto, mas tenho certeza que os seus entes mais próximos devem ter um orgulho imenso deste brasileiro. Vivemos sim, uma crise de confiança e precisamos de exemplos, antes que afundemos no erro de achar que devemos desconfiar de todos.