Psicologia do não dizer: NÃO

Minha vizinha havia me pedido para dar uma olhada no filho dela enquanto ia ao supermercado, até ai tudo bem, aliás, devia muitos favores a ela, realizar uma coisa simples dessa seria fácil havia pensado.

O Menino chegou e na frente da mãe continuava com aquela cara de santo. Bastou ela colocar-se de lá para fora, para o garoto se transformar, ele dava um olé em dois de mim, não que eu seja um banana, mas o moleque é que era uma peste e além do mais lidar com o filho dos outros, é pior do que lidar com os nossos.

Era só piscar os olhos e o garoto já se dependurava em cortinas, pulava no sofá. E além disso, percebi que tudo o que se dizia ele entendia ao contrario, por exemplo:

- Não pule no sofá

Ele entendia:

- Pule no sofá

O garoto estava destruindo minha casa, se ainda fosse meu filho poderia colocá-lo de castigo ou mandá-lo para o quarto, pensando melhor para o quarto não, pois se mandar uma peste dessa pro quarto a noite fico sem cama para me deitar.

Pensei até em falar para mãe dele, mas duvido ela acreditar, iria criar uma briga, e um racha entre vizinhos não é bom.

Decidi usar da psicologia, era a única forma de tentar reverter esta situação e salvar o que restava da minha casa. Caso isso não desse certo e minha vizinha demorasse mais meia hora, ia acabar debaixo da ponte.

Disse ao garoto:

- Faça o que quiser

Mesmo me doendo por dentro ver a casa inteira sendo destruída, agüentei e não dei a mínima para o que ele estava fazendo, o pior é que ele continuava a realizar tudo como antes, me fazendo concluir que aquele livro de psicologia infantil era um fiasco.

Decidi esperar para ver se dava algum resultado. Dez minutos depois percebendo que não estava mais chamando a atenção, decidiu sentar-se no sofá como gente descente, ficou tão entediado por ficar sem o mínimo de atenção que acabou até dormindo.

A mãe dele chegou e até achou estranho ele estar dormindo:

- Deu muito trabalho? – Ela perguntou

- Não imagina - Respondi, mas por dentro estava dizendo seu filho é uma peste e, aliás, vou mandar-lhe a conta da destruição que ele causou.

Cheguei a seguinte conclusão, quando se quiser algo de uma criança use a psicologia do não. Deixe-a fazer tudo apenas não diga: NÃO.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 10/11/2011
Código do texto: T3328268
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