A busca da Felicidade
Com o passar dos dias, enquanto as lembranças me cercavam, comecei a perceber que não mais o veria. Era inverno. Um sentimento de solidão me achegou e, como eu havia crescido no campo, resolvi passar uns tempos na antiga casa de meus pais.
Embora eu seja uma pessoa sociável, peguei-me questionando da necessidade de receber visitas ou em fazê-las. Meu tempo era dedicado a leituras de livros escolares e a passeios pelas margens do rio, principalmente à tarde. Isso me trazia uma satisfação interior – eu me examinava emocionalmente!
Havia uma faveira dentro do quintal. Encontrei nesse lugar também um estado de mim mesma que se refugiava, mas que se iluminava para conversas interiores. Essa afirmação me fez voltar para a condição da natureza humana. E me questionei de minhas prioridades.
Outras pessoas moravam no povoado.
Entrei na quitanda de seu Lino e resolvi comer um pedaço de bolo de cenoura. Um dia, quando eu tinha nove anos, conheci a maravilha dos bolos de fruta vendidos ali. Se estou melhor agora? Foi isso que me perguntou?
_ Sim _ respondi calmamente _, vir aqui sempre me faz bem. Gosto do povoado.
Não achei que houvesse intromissão em minha vida pessoal. Além disso, Seu Lino me conhecia desde criança. Ele devia era estar preocupado comigo.
Quando saí do comércio, peguei-me em canções que papai cantarolava enquanto pescava. Por causa disso, fiz questão de relacionar alguns itens do que eu devia fazer a partir dali.
É claro que ainda sentia solidão. Mas o medo de continuar seguindo após a partida de meu esposo, tinha menos inquietação. Já não havia mais aquela ideia de que eu não poderia viver sem ele. Havia certo sentido para minha vida. Eu fora muito feliz com ele e queria continuar buscando a felicidade.
Eu era uma educadora e deveria continuar fazendo o que gosto. O que considero motivação para meus dias. Eu tinha um motivo importante para viver – minha satisfação interior!
Isso me levou a lembranças de algumas pessoas (mas nem todas ligadas a minha infância), a uma amiga do trabalho, a uma vizinha e um amigo virtual do Rio de janeiro.
*Para minha amiga Ana (que você seja sempre essa pessoa forte).