O CHORO DE LUCIANO
Por Carlos Sena
Nero chorou diante de Roma incendiada. Conceição Tavares – eminente economista chorou emocionada com a criação do Plano Cruzado. A mãe de Alcides (aquele estudante de Ciências Biomédicas assassinado por um assaltante em Recife) chorou inconformada com a perda de seu filho. As mães da Praça de Mayo, na Argentina, choram até hoje pelo sumiço dos seus filhos que lutavam contra a ditadura.
“Por quem os sinos dobram?”, talvez o escritor quisesse mesmo saber “por quem as pessoas choram”? Ou se sorriem, “por que devem chorar”? O choro talvez seja, junto do sorriso, as expressões maiores da sensibilidade humana. Mas, por quem Luciano chorou? Afinal, num país em que ainda diz que homem não chora, Luciano chorou seu pranto no canto dos outros. Contrariou de certa forma a conhecida expressão “cada um em seu canto chora seu pranto”... Além de ter chorado no canto dos outros, também contrariou o dito popular de que “roupa suja se lava em casa”. Teria ele (Luciano) contrariado os princípios do ex-presidente Collor que se dizia ter aquilo roxo? Justiça seja feita, “o mala” do Collor diante de tudo que passou com o impeachment nuca chorou, nem choramingou. Perdeu, certamente, uma ótima oportunidade de mostra a nação seu choro. Seria, com certeza, um choro inédito e histórico, mais que histérico. Como dizem por aqui, “cabrito bom não berra”. Mas Luciano berrou.
Afinal, por quem chorou Luciano? Por falta de colo? Porque a mamãe e o papai estavam distante? O simbolismo do seu choro nos parece ter outras conotações, principalmente diante do que disse à sua platéia. Algo mais ou menos assim: “vocês serão a segunda voz que meu irmão sempre desejou”... As entrelinhas do seu “piti” nos conduzem para compreender que o problema de Luciano é o Zezé. Mas o de Zezé nunca será Luciano (ou não?). Por mais que queiramos ser otimistas, ouvir a voz de Luciano é um pouco de exercício de boa vontade. Há limites irritantes em sua voz e talvez ele fosse melhor fazendo outra coisa do que cantando, mesmo na segunda voz. Além de cantar pouco ele não compõe e seu talento é o próprio irmão – razão palpável para a gente compreender que a desculpa e a atitude de não mais se separarem é mesmo no viés do patrimônio e do domínio e da liderança de Zezé sobre Luciano.
Luciano, embora “chorão”, tem lá seus motivos. Acho indiferente ele sair ou deixar a dupla. O que mais nos impressionou foi a dimensão da notícia. Há quem diga que foi uma jogada de Marketing, mas não acredito. Prefiro ficar com o indicativo de que eles poderiam ter resolvido essa pendenga em casa, dentro do ditado “roupa suja se lava em casa”. Talvez Luciano também precise investir na sua auto-estima. Fazer análise pra ver se se encontra consigo mesmo, pois não é qualquer pessoa que gosta e tem vocação pra ser sombra.
Esse episódio que bem se poderia chamar “mexericos da Candinha” foi bom porque deixou a mídia livre e descansando das notícias de corrupção dos nossos Ministérios e da nossa violência desenfreada. Contudo, prefiro o choro das mães da Praça de Mayo, das “Madalenas arrependidas” e apedrejadas, de Conceição Tavares, da Mãe de Alcides. Os choros dos que não têm emprego, não têm atendimento médico, não têm colo de quem amam. Dos que choram com sede de justiça.
“Por quem os sinos dobram?”, talvez o escritor quisesse mesmo saber “por quem as pessoas choram”? Ou se sorriem, “por que devem chorar”? O choro talvez seja, junto do sorriso, as expressões maiores da sensibilidade humana. Mas, por quem Luciano chorou? Afinal, num país em que ainda diz que homem não chora, Luciano chorou seu pranto no canto dos outros. Contrariou de certa forma a conhecida expressão “cada um em seu canto chora seu pranto”... Além de ter chorado no canto dos outros, também contrariou o dito popular de que “roupa suja se lava em casa”. Teria ele (Luciano) contrariado os princípios do ex-presidente Collor que se dizia ter aquilo roxo? Justiça seja feita, “o mala” do Collor diante de tudo que passou com o impeachment nuca chorou, nem choramingou. Perdeu, certamente, uma ótima oportunidade de mostra a nação seu choro. Seria, com certeza, um choro inédito e histórico, mais que histérico. Como dizem por aqui, “cabrito bom não berra”. Mas Luciano berrou.
Afinal, por quem chorou Luciano? Por falta de colo? Porque a mamãe e o papai estavam distante? O simbolismo do seu choro nos parece ter outras conotações, principalmente diante do que disse à sua platéia. Algo mais ou menos assim: “vocês serão a segunda voz que meu irmão sempre desejou”... As entrelinhas do seu “piti” nos conduzem para compreender que o problema de Luciano é o Zezé. Mas o de Zezé nunca será Luciano (ou não?). Por mais que queiramos ser otimistas, ouvir a voz de Luciano é um pouco de exercício de boa vontade. Há limites irritantes em sua voz e talvez ele fosse melhor fazendo outra coisa do que cantando, mesmo na segunda voz. Além de cantar pouco ele não compõe e seu talento é o próprio irmão – razão palpável para a gente compreender que a desculpa e a atitude de não mais se separarem é mesmo no viés do patrimônio e do domínio e da liderança de Zezé sobre Luciano.
Luciano, embora “chorão”, tem lá seus motivos. Acho indiferente ele sair ou deixar a dupla. O que mais nos impressionou foi a dimensão da notícia. Há quem diga que foi uma jogada de Marketing, mas não acredito. Prefiro ficar com o indicativo de que eles poderiam ter resolvido essa pendenga em casa, dentro do ditado “roupa suja se lava em casa”. Talvez Luciano também precise investir na sua auto-estima. Fazer análise pra ver se se encontra consigo mesmo, pois não é qualquer pessoa que gosta e tem vocação pra ser sombra.
Esse episódio que bem se poderia chamar “mexericos da Candinha” foi bom porque deixou a mídia livre e descansando das notícias de corrupção dos nossos Ministérios e da nossa violência desenfreada. Contudo, prefiro o choro das mães da Praça de Mayo, das “Madalenas arrependidas” e apedrejadas, de Conceição Tavares, da Mãe de Alcides. Os choros dos que não têm emprego, não têm atendimento médico, não têm colo de quem amam. Dos que choram com sede de justiça.