ESPECIAL PARA O MÊS

Todos querem escrever – digo quando é o seu mês especial – e o meu mês especial é dezembro. E resolvi produzir este, de improviso, para o mês do meu aniversário.

Grande parte dos escritores querem guardar para a posteridade algo que sirva de lembrança – e, em mui especial tem que ser guardado o dia de seu nascimento.

Nunca havia pensado nisto, mesmo lendo constantemente os textos enviados pelo grupo CEN – “Cá Estamos Nós”. Muitos aniversariantes, muitos textos belíssimos – quem me dera à dignidade de escrever com maestria, pelo menos uma parte!

Tentar nem sempre é a palavra certa. Mais do que tentar, ter concentração total, um momento de paz interior seria a palavra exata. Muitos dizem que escrevem para desabafar – em parte concordo, em parte não. Quando quero produzir algo bom tenho que escrever algo que transmita sentimentos, emoções... Ou, para que servem as letras, as palavras, as frases, as sentenças, parágrafos, textos???

Refletir sobre o que fazer no momento com as palavras – nada mais justo! Mais justo porque não se entope o outro com idéias exageradas ou absurdas. Ou, ainda, nem sei o quê! Com frases quebradas, com idéias perdidas pelo caminho. Talvez seria aí que nasce o ser ou não escritor, talvez aí delineie o ofício das letras. Querer nem sempre é poder!

Querer escrever todos deveriam, mas escrever não é para todos, assim como determinadas funções ou profissões. Assim também no ofício das letras. Ofício doloroso. Penoso.

Escrever não é nada fácil! Imagine escrevendo todos os dias – como fazem os cronistas. Terrível! Às vezes, não tem nem sobre o que escrever – aí nasce exatamente o escritor: escrever sobre a falta de sobre o que escrever. Terrível e ao mesmo tempo apaixonante. Terrível: há de ter uma saída. Apaixonante: descobre-se o talento e imaginação que o ser humano tem.

Nos finais, escrever é uma arte! A arte que mora dentro de todos nós, mas que nem todos podem exercê-la com maestria...

Dezembro de 2002.