Será que um dia isso vai mudar?



Voltei a caminhar, afinal as férias já acabaram, e o dia amanheceu lindo. No firmamento o azul está intenso.
Custo a pensar que semana passada, Nova Iorque viu cair neve, isso em pleno outono. 
Por aqui, vamos atravessar um verão bem quente, pois, estamos na primavera e os termômetros andam registrando trinta graus. Ufa! que calor.

Sempre bom rever as ruas do condomínio, os recantos, jardins e bosques, as magueiras estão repletas de frutos que alheios a minha admiração crescem sem pressa. Parei para comer algumas pitangas doces, um bem te vi, me olhou e parece que não gostou, da invasão a sua refeição.
Tomei a direção da praça de esportes, cujo caminho é ladeado por bananeiras, e elas estão com cachos enormes de bananas. 
Sempre acabo minha caminhada na praça de esporte, a natureza ali é privilegiada, fica em meio a mata, me sentei em um dos bancos, e me fartei com a vista do sol incidindo sobre os galhos das árvores. Enchi meus pulmões com um ar fresco e puro.

Pensei que sou privilegiada, pois o ar não anda nada saudável em São Paulo. A cidade tem apresentado frequentemente estado de atenção pela qualidade sofrida do ar.
Não sei quando isso vai melhorar, já que o volume de carro só aumenta nas ruas, dia a dia.
Isso se deve porque o sistema de transporte metroviário não atende nem de longe, a grande população dessa metrópole.

Lendo um pouco sobre o assunto, fiquei espantada, com nosso atraso.
A primeira linha de metrô foi instalada em São Paulo, no ano de 1974. A matéria que li, traçava um paralelo com outros países.
Vi admirada que, o primeiro metrô nasceu em Londres, no ano de 1863. O segundo em Paris em 1900.
Eu, até poderia argumentar que esses lugares são antigos e nós, somos jovens perto deles. Porém, a reportagem trazia a data do metrô de Nova Iorque, 1904. E ainda como recordista em estações, com um número de 468.
Não tive argumentos, pois NY, é uma cidade jovem, assim como nós, em relação a Londres, ou Paris. 
Fiquei perplexa ao reconhecer nosso atraso. E quem sofre com isso é o povo, que precisa se locomover para o trabalho, e tem que fazê-lo, como se fosse uma sardinha enlatada.
Sei bem o que é isso, pois em minha mocidade, ia para o trabalho de trem, e nunca sabia como entrava ou saia do coletivo, tanta gente havia dentro dele.
Portanto, o problema é bem antigo, e pouco se fez ou faz, para melhorá-lo, acho até que está a cada dia mais grave.
Assim como é precário nosso sistema de saúde,  e a segurança em nossas ruas.

Bom, melhor voltar a lembrar da caminhada, das sibipirunas com suas flores amarelas colorindo as ruas do condomínio. 
O resto só mesmo DEUS, sabe quando esse país vai ter jeito. 
Por ora, nossos lideres no poder ou fora dele, discursam que o país nunca esteve tão bem.
Alardeiam da qualidade do nosso sistema de saúde o SUS. Para o povo, não para eles. Eles, quando precisam deitam seus corpos em finos lençois, são atendidos pelos melhores profissionais existentes no país, e tem diagnóstico em poucos horas.
Já o povo..... ah, o povo, quem se importa com ele?
A diarista que trabalha aqui em casa, que o diga. Precisou de um exame de sangue, e conseguiu agendá-lo pra daqui oito meses. 
Ah, esqueci de falar, que ela está super feliz por ter conseguido, depois de tentar por quatro vezes.
Me pergunto: será que um dia isso vai mudar?



(foto tirada no inverno passado, em NY)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 08/11/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T3323782