Montanha-russa

A vida é uma montanha-russa. A gente entra no carrinho porque quer se aventurar, sentir emoções, mas nem imagina o que vai encontrar no caminho.

Por mais que alguém nos conte ou a gente observe todo o trajeto a ser percorrido, não dá pra saber exatamente a sensação de percorrê-lo. Não tem outro jeito senão experimentar o vento frio no rosto e o sangue fugir todo da barriga.

Tem trechos que parece que estamos em queda livre. Em outros, sentimos quase uma colisão, ou então que vamos escapar dos trilhos. Mas não. Estamos firmemente presos. Não dá pra fugir voando não deste sobe e desce instantâneo.

Às vezes, dá vontade de ficar só no alto, contemplando aquela vista tão ampla. Nos sentimos donos do mundo. Ou pelo menos do parque. Mas quando menos percebemos, e totalmente contra a nossa vontade, o carrinho desce de novo. E torna a subir, e virar, e circular e percorrer loops perigosos...

Não dá pra descer do carrinho antes do fim do trajeto. Por mais que a gente grite, por mais que a gente queira. Então só nos resta viver e curtir, bem ou mal, tanto as delícias bem quistas, como os medos inevitáveis.

(Catalão, 04/11/2011)