Coisas da Vida XVIII.

A internet não está pegando. Estou louco para exercitar o físico, puxar ferro até não agüentar mais, mas o tempo urde e tenho que cumprir prazos.

Toca o interfone. Quem será? Abriram o portão... Ouço passos... A cadela late estrondosamente, como só ela, dentro de sua cepa “York Shire” é capaz de latir. Não almocei corretamente, como gosto comumente, para encher a pança. Não tive aquele apetite fatídico de um selvagem, que comeria até seu próprio braço caso fosse preciso a fim de viver um pouco mais. Também não dormi após a refeição que não tive. O sono não veio, “não veio a utopia”, não li Carlos Drummond de Andrade; aliás, não o leio há um bom tempo... As unhas cresceram sem que eu as roesse. Vejam só, nem unhas roídas, nem tiques nervosos, sono plácido, após algumas roladas na cama, sonhos com puerilidades do cotidiano, vida alva, pouca cerveja, à qual tornara-se enfastiante (não gosto mais de cervejas nem de cigarros!). Os prazeres quentes de tenras idades se esvaíram numa tarde fria do outono londrino. Penso muito na filha (Milena!) que vem aí... Pela primeira vez em muitos anos “sambarei” no próximo carnaval! Um samba de felicidades transbordantes...

O ventilador, o televisor, o refrigerador, o computador e todo sentimento que gera ao mesmo tempo amor e dor estão interligados pelo mesmo fio de vida, e todo bem ou mal que pensares de ti ou de outrem a ti e ao outrem caberão a simbiose energética mútua, cada dor, cada fio de dor, cada palavra ou pensamento de amor, fará com que cada qual sinta a seu modo a comunhão entre os povos.

SAvok OnAitsirk, 07.11.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 07/11/2011
Código do texto: T3322406
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.