È bem verdade que os melhores anos da vida são aqueles em que a descobrimos nos seus melhores e mais encantadores momentos. As paqueras, a sexualidade, farras na escola, enfim, o seu descobrimento. É na adolescência que vivemos esse turbilhão de sentimentos bons que marcam para sempre a nossa existência e serão sempre lembrados como os melhores anos.
No que pese essa verdade, que todos vão sempre ter nos anos de juventude os melhores na vida de cada um, devo dizer que quem vivenciou os anos 80, independente de idade, experimentou uma experiência maravilhosa de estilo de vida e principalmente na musicalidade – que pra mim é essencialmente marcante.
Como se esquecer das festas onde a gente podia ficar aguardando a hora de cada estilo de música: o forró na hora certa, discoteca, MPB, Pop, a música lenta que nos fazia correr pra ver onde estava a garota que a gente flertava e outra gama de estilos que faziam sucesso, todos ao mesmo tempo - pois não era só forró que se tocava (como hoje aqui no Nordeste).
Lembro que no início daqueles anos eu sonhava com o mundo ouvindo Imagine de John Lennon que eu acabara de saber quem era e já soubera do seu assasinato, o que talvez tenha aumentado ainda mais a dimensão de mito para mim.
O rei do Baião, Luis Gonzaga naquela década voltava à moda com um toque eletrônico no seu Forró perfeito com vários Hits   como  "A vida do Viajante", em que cantava com Gonzaguinha e por aqui  a gente via surgir a estrela de Jorge de Altinho num estilo muito próprio.
As novelas da Globo trouxeram temas que faziam a gente cantaralor na escola: Eva, Menina Veneno, Sol de Verão, Amigo do sol, amigo da lua e tantos outros sucessos inesquecíveis, além dos programas infantis, como o famoso e ainda hoje celebrado Balão Mágico com igual sucesso no seu repertório.
Alguns dos fenômenos que mexeram com aquela gerção de jovens: Menudos, Michael Jacksosn e RPM. Estes fizeram a cabeça da moçada, seja na forma de vestir, corte do cabelo e ou de dançar.
Nomes consagrados como Alceu Valença, Caetano Veloso, Djavan, Zé Ramalho, Elba e tantos outros emplacavam sucessos concomitantemente a nomes novos como Ritchie, Dalton e outros que surgiram naquela época, principalmente as bandas de Rock Nacional que explodiam com: 14 Bis, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e os Abóboras Selvagem, Ultraje a Rigor, Titãs, Engenheiros do Hawaii, Barão Vermelho com a poesia de seu líder Cazuza e Legião Urbana com a genialidade de Renato Russo.
Tudo isso ainda dava espaço para o estrangeirismo do Culture Clube, Duran Duran, A-Ha, Cindy Lauper e uma gama de outros.
Mesmo vivendo à época “LONGE DE CASA”... Eu me sentia como se estivesse “A DOIS PASSOS DO PARAÍSO”...

 

* com áudio:  http://www.damisio.com.br/visualizar.php?idt=3317896
 
Damísio Mangueira
Enviado por Damísio Mangueira em 05/11/2011
Reeditado em 05/11/2011
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