PRECISO DE AJUDA
Depois de velho, fui me meter numa encrenca dos diabos!
Por favor, ninguém fique alarmado, pois não se trata de envolvimento com alguma mulher da idade da minha neta. Não, mesmo, porque se fosse eu não teria tempo suficiente para levar o romance adiante; a gaúcha aquí, simplesmente, cortaria o mal pela raiz, entenderam? E o velho amigo que me acompanha há 82 anos (em 1 de dezembro), sumiria do mapa e eu poderia, tranquilamente, ser contratado por um xeique qualquer para vigiar suas dezenas de mulheres.
O problema, entretanto, é quase tão sério quanto. Saí de uma tranquilidade de invejar, dei continuidade plena à minha inclinação de rato de praia; de andarilho assumido. Recebí a carteirinha de sócio fundador do quiosque da Margô, que fica no calçadão bem em frente à janela do meu apê, quiosque esse de escolha da minha fiel companheira, que da varanda não tira os olhos deste seu amado, zelando pela sua boa conduta, garantida pela distância de um berro, o que, aliás, ela sabe fazer como ninguém!
Retirei do armário a minha tralha de pesca; varas, molinetes, linhas, anzóis, chumbadas e destorcedores foram limpos, lubrificados e passaram, novamente, ao uso constante. Garantiram, até, alguns almoços de pampos, carapicus e robalos que a guria, com grande esmero, transformava em cheirosos pratos, naturalmente regados com um bom vinho português verde (Acácio ou Casal Garcia).
Agora, me digam; por que é que um cara com a vida que pediu a Deus, tinha que procurar encrenca?
Mas eu procurei, ah, eu procurei! E, como diz o ditado; quem procura, acha.
Ah, e eu achei, ah... e eu achei de verdade!
Agora, amigos, não adianta nada chorar pelo leite derramado. Já cometi a loucura, fui contagiado pela febre que excita, que envolve, que atordoa, já não tenho mais jeito.
A sofreguidão com que me atiro a essa nova sensação, a necessidade do seu exercício, a dependência igual a que deve sentir o alcoólico, dão bem a idéia desse novo prazer, que é, ao mesmo tempo, angústia e alegria, esforço e gozo.
Preciso, com a maior urgência possível, procurar um rumo na vida, repensar tudo, agir com absoluta lucidez, para não perdê-la. E as perguntas que sempre me faço, que me apavoram, da quais tento fugir e não posso, cada vez mais me oprimem , eu, agora, em desespero, transfiro para todos. Continuo ou não escrevendo para o Recanto ? O que faço para dar a atenção devida às dezenas de obras que são, diariamente produzidas? Onde encontrarei adjetivos para qualificar tamanha demonstração de criatividade e inspiração? Como continuar lendo esse mundão de textos criados diariamente?
Mas lá dentro de mim, já sei que vai ser um vício desgraçado de ruim de deixar. Vai ser uma guerra dura!
Depois de velho, fui me meter numa encrenca dos diabos!
Por favor, ninguém fique alarmado, pois não se trata de envolvimento com alguma mulher da idade da minha neta. Não, mesmo, porque se fosse eu não teria tempo suficiente para levar o romance adiante; a gaúcha aquí, simplesmente, cortaria o mal pela raiz, entenderam? E o velho amigo que me acompanha há 82 anos (em 1 de dezembro), sumiria do mapa e eu poderia, tranquilamente, ser contratado por um xeique qualquer para vigiar suas dezenas de mulheres.
O problema, entretanto, é quase tão sério quanto. Saí de uma tranquilidade de invejar, dei continuidade plena à minha inclinação de rato de praia; de andarilho assumido. Recebí a carteirinha de sócio fundador do quiosque da Margô, que fica no calçadão bem em frente à janela do meu apê, quiosque esse de escolha da minha fiel companheira, que da varanda não tira os olhos deste seu amado, zelando pela sua boa conduta, garantida pela distância de um berro, o que, aliás, ela sabe fazer como ninguém!
Retirei do armário a minha tralha de pesca; varas, molinetes, linhas, anzóis, chumbadas e destorcedores foram limpos, lubrificados e passaram, novamente, ao uso constante. Garantiram, até, alguns almoços de pampos, carapicus e robalos que a guria, com grande esmero, transformava em cheirosos pratos, naturalmente regados com um bom vinho português verde (Acácio ou Casal Garcia).
Agora, me digam; por que é que um cara com a vida que pediu a Deus, tinha que procurar encrenca?
Mas eu procurei, ah, eu procurei! E, como diz o ditado; quem procura, acha.
Ah, e eu achei, ah... e eu achei de verdade!
Agora, amigos, não adianta nada chorar pelo leite derramado. Já cometi a loucura, fui contagiado pela febre que excita, que envolve, que atordoa, já não tenho mais jeito.
A sofreguidão com que me atiro a essa nova sensação, a necessidade do seu exercício, a dependência igual a que deve sentir o alcoólico, dão bem a idéia desse novo prazer, que é, ao mesmo tempo, angústia e alegria, esforço e gozo.
Preciso, com a maior urgência possível, procurar um rumo na vida, repensar tudo, agir com absoluta lucidez, para não perdê-la. E as perguntas que sempre me faço, que me apavoram, da quais tento fugir e não posso, cada vez mais me oprimem , eu, agora, em desespero, transfiro para todos. Continuo ou não escrevendo para o Recanto ? O que faço para dar a atenção devida às dezenas de obras que são, diariamente produzidas? Onde encontrarei adjetivos para qualificar tamanha demonstração de criatividade e inspiração? Como continuar lendo esse mundão de textos criados diariamente?
Mas lá dentro de mim, já sei que vai ser um vício desgraçado de ruim de deixar. Vai ser uma guerra dura!