AI-5 neles
Em 2009, recebi um e-mail de uma instituição relacionada à poesia no Rio de Janeiro que fazia severas críticas ao comunismo. Em reposta, disse o seguinte:
"Considero que falar em comunismo hoje soa meio anacrônico. Agora que o Muro de Berlin caiu, que não existe mais a URSS e que até os USA pensam em terminar ou tornar menos rígido o bloqueio com Cuba (desde que o Obama não contrarie muito o sistema ou grupo que efetivamente domina o Ocidente). O mundo mudou. E vai continuar mudando.
De fato o comunismo, o nacional-socialismo e posturas do tipo têm coisas que não são boas. Mas será que a tão falada democracia, sobretudo a que conhecemos no Rio de Janeiro, com polícia-bandido-milícia-judiciário sendo quase que a mesma coisa; com um sistema de transportes que nos leva à tortura dos engarrafamentos pelo uso e abuso do modal rodoviário em detrimento do verdadeiro transporte de massa que é o ferroviário; com a corrupção em todos os níveis de governo (municipal, estadual e federal); com a insegurança total (crimes de morte dificilmente são apurados); com o analfabetismo ainda não erradicado (não sei se tem aumentado); com a miséria ao longo da Av. das Américas, na Barra da Tijuca (ou na Favela do Terreirão, no Recreio), sem que precisemos ir ao interior de Alagoas - será que isto é uma resposta positiva ao comunismo, socialismo, etc.?
Por outro lado, será que é melhor o AI-5, com as pessoas sendo presas sem nem saber por quê?
Proponho que se faça um plebiscito. E que se comece pela Comunidade Poética do Rio de Janeiro".