A vira-lata e o espeto de gato
Enquanto o frentista enchia o tanque do carro, eu observava do outro lado da rua uma cadela faminta que gorejava com os olhos esbugalhados o espeto que um homem devorava com atroz vigor lá dentro da lanchonete.
Ela estando abaixo do homem, desejava algumas migalhas, nem que fosse apenas farelos que caia daquele suculento espeto.
Quando menos se esperava, o bondoso homem lhe oferece o final do espeto com um belo pedaço de carne, ainda fumegando; a esperta canina sai em disparada e sobe num alto barranco; pois ali, ela poderia saborear e matar sua fome com tranquilidade, quando se fartou, desprezou ali mesmo o palito vazio e foi logo a procura de mais um espetinho de gato.