O escorredor de arroz
Fiquei contente, a Atiz se lembra de mim sempre que vai fazer arroz. Disse que deve ser porque eu falei em uma crônica sobre os grãos que caem na pia quando lavados... Mas ela leu dois textos meus sobre arroz e não tinha nada disso... Fiquei aqui pensando no assunto, acho que descobri a razão.
Há alguns meses, não sei bem quando, a revista Veja fez uma matéria sobre inventores brasileiros, que achei bem interessante. Pena que não registrei tudo, nem sei se guardei a revista ou se levei para meus filhos. Em todo caso lembro, por motivos óbvios, que duas Beatriz foram citadas. Uma delas patenteou um motor de energia elétrica (se não me engano) para ônibus urbanos, que pode ser recarregado sem que o veículo fique parado, acho que é isto. A outra foi quem inventou o escorredor de arroz, essa vasilha de plástico que todo mundo tem em casa. Algo aparentemente simples, mas de grande utilidade na vida doméstica. E faz tempo, lá pelos anos cinqüenta do século passado.
Cansada dos entupimentos no ralo da sua pia causados pela quantidade de grãos que escapavam, ela não queria mais saber de encanadores. Então, acoplou uma peneirinha à bacia que ela usava para deixar o arroz de molho e lavá-lo. E deu certo. Depois que fez um protótipo em alumínio e patenteou a invenção, uma fábrica de brinquedos se interessou e começou a fabricá-la em plástico. A novidade foi apresentada na Feira de Utilidades Domésticas em 1961.
A inventora, Terezinha Beatriz Alves de Andrade Zorowich, é cirurgiã-dentista nascida em Batatais, estado de São Paulo. Parece que também criou outros inventos na área dentária, como o amálgama de porcelana.
Quem sabe um dia eu ainda invento alguma coisa...