A Educação da Criança e o Trabalho.
“... faço o que não gosto, mas não faço o que não quero...”
Assistindo ao programa Globo Rural (29/08/010), me deparei com uma Jóia do nosso Sertão. O Carro de Bois. “Os carreirinhos de Urucuia” é o nome da reportagem. Urucuia é um pequeno lugarejo nos sertões do Noroeste de Minas Gerais. A primeira vista parece mais uma sessão nostálgica dos aficionados pelo modo de vida do nosso Sertanejo. Fui mais longe. Assim como a produção da reportagem da emissora, vi ali uma excelente oportunidade para uma reflexão sobre os caminhos da Educação.
Lembrei-me de observações que fiz várias vezes, às minhas alunas do Magistério, em Ilha Solteira. “Me parece um grande equívoco a lei que PROIBE o trabalho infantil”. Exaustivamente, o assunto era discutido em classe. Não sou favorável à exploração do trabalho infantil. Sou contra a confortável posição do Estado quando acha que tudo pode ser resolvido com LEIS. A Educação e formação de Valores parecem ficar melhor nas profundezas dos livros de Sociologia
Em outros casos, por exemplo: Proibição (legal) do transporte de crianças sem as devida cadeirinhas com cintos de segurança. Onde ficou o Valor de respeito ao direito de seu semelhante no trânsito (que não pode ser cobrado por meio de uma Lei)? Quando, no final da década de 70, vigorou a exigência do uso de cintos de segurança (as crianças ficaram de fora), perguntaram-me como protegeria os meus, então pequenos 4 filhos? A resposta foi tão rápida que parece ter sido soprada pelo Anjo da Guarda que estava de plantão: “Meu carro quando estiver com meus filhos dentro não pode bater”! Acaso você já parou prá pensar na força desta frase? Outra Lei muito discutida, atualmente é a que proíbe dar palmadas nas crianças. Questionado, disse que sou contra a criação da Lei. E sou contra as palmadas, também. Ai um pai mais afoito perguntou: “O que faço quando meu filho se atira no chão numa crise de birra”? A resposta também teve a ajuda aqui já relatada: Abandona o SEU comportamento que leva seu filho a acreditar que as coisas se conseguem com BIRRAS!
E a propósito da reportagem, foi lembrada a Lei que proíbe o trabalho infantil. Com uma análise bastante superficial, a Lei diz que a criança precisa ir à Escola e brincar. E quem disse que os elementos: Escola, brinquedo e trabalho são antagônicos? Se o assunto for bem refletido dá prá descobrir que devem ser parceiros. Se deixar tudo por conta da Escola, ela dá conta do recado? Se a Escola ficar dissociadas dos dois elementos, fatalmente perderá de goleada. E por que a Escola sempre perde? Em relação ao brinquedo nada contra ( a não ser que as crianças queiram apenas brincar, o que não seria nada antinatural). Mas por que o Trabalho é o grande vilão (enquanto criança)? E como vira herói (quando adulto)? Como é o processo de transição? Seria bom refletir sobre essas questões.
Vale a pena ver essa reportagem (Globo Rural, 29/08/010, na Internet). É uma obra poética (mas não romântica) sobre EDUCAÇÃO. Quero que fique bem claro: SOU FRONTALMENTE CONTRA A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL. MAS SOU TAMBÉM FRONTALMENTE CONTRA A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ADULTO! (Oldack/01/09/010). Tel. (018) 3362 1477.