Amigos, como esses...

Não muito tempo, convidaram-me para um jantar. Poucas pessoas, disseram. É só para não deixar passar em branco nossos trinta anos de casados. Como o casal era amigo de muito tempo, não pude deixar de ir. Como estava sozinho, a mulher estava, como sempre, na casa da filha, e era na cidade vizinha, fui de táxi. Assim poderia beber à vontade aquela caipirinha famosa que o casal costumava servir. A comida estava ótima.

Lembrei-me dessa história porque no 1º Encontro de Ex-Linenses Nikkeys, muitos disseram que lá na capital o passatempo preferido é jogo de cartas. E a dinheiro. Encontram-se às sextas à noite e vão até ao sábado, no café da manhã.

Após servido o licor, convidaram-me para jogar cacheta. Estavam mais dois casais. Pensei em recusar, já que não estava habituado. É fácil, disseram. E me ensinaram as regras. No começo, a mão foi de R$1,00. Ganhei diversas vezes. Estava muito monótona. Aumentaram para R$5,00. Continuei mais ganhando que perdendo. Subiram para R$10,00. Aí já mais perdia que ganhava. Quando chegaram a R$50,00, só perdia.

No final, lá pelas duas da madrugada, estava devendo mais de R$3.000,00. Não se preocupe, disse-me o anfitrião. Assine estas autorizações de débito – ele era bancário onde mantenho conta – que cairão um em cada mês na sua conta. Jantar caríssimo, pensei. Mas o que me deixou chateado foi ouvir uma das mulheres dizer à dona da casa: você precisa arranjar patos como esse mais vezes.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 02/11/2011
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