AS VOLTAS QUE O PONTO DÁ
Parou no ponto de táxi. Não havia nenhum carro no ponto. Que ponto é esse? Ponto de partida? Ponto de chegada? Ponto vazio? Ligou para seu contato para confirmar o ponto de encontro. O outro lhe disse que não poderia ser naquele ponto, pois ali havia um ponto de distribuição de drogas. Vá que houvesse uma batida policial e os julgassem donos do ponto? Ficou em dúvida e um ponto de interrogação formou-se em sua cabeça. Mas, se perguntou, cabeça tem ponto? Ele sabia apenas que existia um tal de ponto G, embora não soubesse exatamente onde. Outro ponto de interrogação o deixou desnorteado. Afinal, depois de vinte anos de casado não sabia o endereço do ponto G! Seguido do ponto de exclamação, veio a dúvida: seria ele um analfabeto em ponto, sua mulher escondia a sete chaves o ponto ou ela não tinha ponto G? Atingindo o ponto máximo de estresse com tantos pontos de interrogação, resolveu esfriar a cabeça no ponto de encontro habitual com a turma. Uma pausa no pensamento seria o ideal nesse ponto dos acontecimentos. Taí. Que se dane o táxi que não estava no ponto, o amigo que mudou o ponto de encontro, o ponto G da mulher, os pontos de interrogação e todos os pontos do mundo. Cantarolando "Deixa a vida me levar...", mandou todos os pontos para o ponto onde o diabo perdeu as botas. Ponto final. Liberto, enfim... Três pontos? Socorro!