FELIZES PARA SEMPRE
UM ENSAIO SOBRE O AMOR
Todo o inferno está contido nesta única palavra: solidão.
Victor Hugo
Se quiser amar alguém, fique a vontade. Só não ame idealizando-o. Pois esse alguém depois se mostra ser não quem não o é, mas o que você não pensava que ele seria e, tudo aquilo que teria tudo pra ser perfeito, se torna um caos sentimental. A convivência começa a ficar conturbada e toda a ideia do que seria o amor; do que você pensava o que era amar e quem você ama, desaba!
No fundo, a gente não quer amar SEU NINGUÉM. Queremos, na verdade, um "amor" que se pareça com a perfeição do que achamos que merecemos! Daí, cheguei à seguinte conclusão de que o amor não passa de um afluente a mais do nosso EGO. Amamos mais pelo medo de ficarmos sozinhos, que pelo prazer de fazer companhia a quem dizemos amar. É esse é o erro do ETERNAMENTE. É esse é o erro do FELIZES PARA SEMPRE. É como dizia a Diana: "o medo de ficar só me apavora e eu me desespero".
Nada mais desesperador ao homem que o medo doentio de ser rejeitado pelo resto da humanidade, e não ter sequer um alguém que se disponha sofrer por ele. Como diria o saudoso Henrique Diógenis: “O que dá prazer ao homem não é que outra pessoa o ame, mas outra pessoa que sofra por ele”. Ele também dizia: “tem mais prazer em viver um presidiário trancafiado em uma cela suja e superlotada, mas com duas mulheres brigando para visitá-lo, e sua mãe e filhos indo também visita-lo pra levar comidinha caseira, que um bacana babaca dono de uma mansão odiado pelos amigos de antigamente e desprezado por sua família”.
Assim sendo, o fato de sentir, inevitável à natureza do homem, é apenas mais uma forma da construção egoísta de trazer para perto de si o máximo de pessoas aos seus pés!
Pronto. É isso aí. O amor não é um sentimento, mas um cruel ponto de vista da carência humana!
Daí, cheguei à seguinte conclusão: quando eu me envolvo com alguém, ou sofro eu ou sofre ela ou sofremos os dois, no mínimo!
O amor não é dádiva da felicidade, mas do sofrimento. E embora digam que por mais que um casal foi feliz durante toda sua vida, vem a viuvez de um dos dois e o pranto será inevitável.
Não existe paz dentro do amor, mas intriga e rebeldia. E é por isso que o homem acha tão prazeroso vivê-lo. É por isso que ele consome tantos anos de nossas vidas.
Mas por mais que lhe roube a paciência, não se importe, ame!