O jornal eletrônico
Duas semanas se passaram desde o meu último texto, as tentativas de escrever um novo continuam infrutíferas, amigos me pedem que volte, ela me pede que não volte, e ás tantas nem sei o que fazer. Dou uma leitura de leve pelas noticias online do dia, e fico sabendo que o Nobel da literatura é sueco (o prêmio ficou em casa) - um tal de Tomas Tranströmer. Ao mesmo tempo em que lia o nome, engatilhei seu apelido com o filme Transformer, só depois de uma segunda leitura mais a fundo é que percebi que afinal o senhor não se transforma, mas que acaba de receber o tão agraciado Nobel da Literatura. Mesmo que eu quisesse discernir sobre ele, seria como dar um tiro no escuro, confesso que nada conheço deste senhor. Por isso, e por nada, acabo por despachar esta notícia como quem pega o correio e joga suas cartas em cima da mesa. Viro a página do jornal e deságuo em meu Portugal profundo; parece mentira... mas ainda continuo privilegiando os jornais portugueses em detrimentos dos brasileiros, talvez seja um hábito, quiçá um Vício, ou então uma maneira de estar mais próximo dos meus. Faz hoje, dia 14 de Outubro de 2011, precisamente três anos que deixei meu país, ao longo deste período sinto que muita coisa aconteceu a ambos.
O saldo no meu caso é positivo, já no que toca ao meu país é negativo: a crise é mais crise, a política é menos política, os amigos são menos amigos, a família diminuiu, as saudades aumentaram, e o risco de derrocada social é uma constante. Apesar de tudo, e parafraseando Lobo Antunes “Eu gosto desta terra. Nós somos feios, pequenos, estúpidos, mas eu gosto disto”.