O PÃO NOSSO DE CADA DIA E A FALA NOSSA DO DIA A DIA

Indo á padaria por esta manhã de sábado buscar o pão nosso de cada dia, um pouco mais tarde é verdade, pois no sábado o dia amanhece preguiçosamente e nosso relógio biológico o acompanha.

_ Bom dia Ana Clara!

_ Bom dia Professor Calazans!

_ Tudo bem?

_ Tudo bem!

Ela, com seu marido ausente, se valeu da companhia de outro varão; seu filho pequeno, João Vitor.

Ele, com seu cabelo liso, de corte estilo índio, de franja na testa fazia a companhia à sua mãe.

_ Bom dia, João Vitor!

Respondeu-me com um olhar em direção à sua mãe.

_ Diga ao Professor que está tudo bem, meu filho!

Só silêncio.

_ Quedê seu pai, João Henrique?

O filho, respondeu-me com olhar, novamente, em direção à sua mãe.

_ E esse seu time, passa por cima do “Fogão”, hoje, no “Engenhâo?

Afinal, demonstrava ser cruzeirense, pois estava vestido com a camisa 10 – Montillo – do Cruzeiro.

O garoto respondeu-me novamente com aquele olhar para a sua mãe.

Nisso, uma garçonete da padaria entregou um prato com pão de queijo à Ana Clara. Essa, pegou um pão, tirou um pedaço e o comeu.

_ Nâããããããããããããão, mãe!

Aí o menino falou com a sua fala.

_ Calma meu filho, estou só experimentando!

Como sempre, como acontece com toda fêmea na natureza, primeiro ela prova a comida, depois a repassa á filharada. E assim Ana Clara fez.

_ Come seu pão de queijo; tá quentim!

_ Tá gostosin ...

_ Procê ficar fortin, não é Professor?

_ Sim! Come todo, pois todo “machão”, come “tudão”, prá ficar “fortão”!

O riso tomou conta das pessoas que estavam à nossa volta.

Não quis repetir os diminutivos “ins” da mãe, por que não fica bem pra macho, essa fala. A mulher é que gosta do emprego de “im”, “im’, “im”...!