O Verdadeiro Ladrão

Ninguém duvida de que as revoltas em países do mundo árabe e do Oriente Médio estão relacionadas ao petróleo. É o petróleo a principal fonte de energia do mundo moderno. Proporcionando uma relação de 100 para 1, isto é, para cada uma energia de petróleo, 100 energias são consumidas. O petróleo é o responsável pela existência de 85% dos produtos de que nos utilizamos todos os dias. “Sem ele as usinas termoelétricas parariam de funcionar, deixando as cidades às escuras”. O mesmo aconteceria com os automóveis, navios e aviões. A maioria dos materiais sintéticos não existiria. Assim como os plásticos, “sem os quais a nossa vida seria um pesadelo”.

Ninguém duvida também de que a crise instaurada nos países do Ocidente, afetando a sua capacidade produtiva, decorre da pouca disponibilidade de petróleo nesses países. A Europa praticamente não dispõe de petróleo. E os EUA quase que consomem tudo o que têm.

80% das reservas mundiais de petróleo estão nas mãos dos países integrantes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), dos quais sete são árabes. A Arábia Saudita detém 25% de todas as reservas do cartel de exportadores, quantidade próxima de 264 bilhões de barris de petróleo. O Iraque, invadido pelos EUA, possui um volume de 115 bilhões de barris. O Kuwait, 101,5 bilhões. Os Emirados Árabes Unidos, 97,8 bilhões. A Líbia, recentemente sob o bombardeio da OTAN, possui o equivalente a 46,4 bilhões de barris de petróleo. É razoável supor que essas quantidades atraentes tenham de alguma forma motivado o assassinato/desaparecimento de lideranças, contestáveis ou não, como Saddam Hussein, Kadafi e outros. Para que o Ocidente possa contar com os bilhões de barris de petróleo de que não dispõe.

É possível que a maioria dos cidadãos americanos não saiba disso. Como "nosotros" no mundo todo também. Porque nem sempre percebemos o sistema que paira sobre a cabeça da gente, dominando as pessoas, os povos, os continentes. Sobretudo agora, com a poderosa ajuda da mídia e das redes sociais, quando ficamos sabendo das coisas na hora em que elas ocorrem. Tudo concorrendo para que se configure a situação em que o verdadeiro ladrão faz todo mundo pensar que o ladrão é o seu oponente. Quando, na verdade, é ele, o verdadeiro ladrão, quem lhe toma a carteira, isto é, a do seu oponente. E depois o aniquila!

Maricá, 28/10/2011