RABUJENS DE FLÔRZINHA

RABUGENS DE FLÔRZINHA

Author: FERNANDO PACCA

A CHUVA CORRIA LÁ FORA, ASSIM, COMO ALGUMS TURBILHÕES DE EMOÇÕES CORRIAM, DENTRO, DE REPENTE, LÁ NO CORAÇÃO DE FLORZINHA. ALGUMAS RABUJENS DE ALEGRIA, PERNOITAVAM NA NOITE, JUNTO COM O TURBILHÃO DE MANIAS, DENTRO DO SEU CORAÇÃO. MANIA DE SENTIR SE SOZINHA, MANIA DE OUVIR TOC TOCS DAS PORTAS, MANIA DE INVENTAR GENTE PELA A CASA,

MANIA DE CONTAR AS HORAS E VER QUE O TEMPO GIRAVA LÁ FORA, MAS PARAVA DEPRESSA AGORA. FLORIZINHA TENTAVA ALCANÇA-LO, E, AI QUEM DERA FOSSE EM UM INSTANTE, ASSIM COMO GEMIA SEU CORAÇÃO, SEMPRE EM UM ROMPANTE. LÁ EM VOLTA TINHA MATA, DÁI, FLORIZINHA CISMAR COM A MARITACA. LÁ. MORAVAM OS TIOS MAIS VELHOS. MAIS VELHOS, QUE A REVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO DENTRO DO SEU CORAÇÃO. LÁ, TINHA FANTASMAS. MAS, MUITAS VEZES, ERA A POBRE FLORZINHA COM QUEM O POVO CISMAVA. ENTÃO, TUDO ASSISTIA A MOÇA TRISTE SENTADA NA VARANDA, VENDO A CHUVA CORRER E DELA RESTAR APENAS UM QUERER. O TEMPO QUE NÃO TINHA TEMPO ERAM AS HORAS DE SUAS DESILUSÕES QUE AUMENTAVAM OS SEUS SONHOS, CONTANDO O TEMPO, CONTANDO A IDADE, QUEM DERA, VESTIDA COM UM VESTIDO DA CIDADE. POR FORA, A SIMPLICIDADE, POR DENTRO, O BARULHO DA FALTA DE MOÇIDADE. NEM ASSANHADA ERA E NEM MUITO PROZEAVA. MAS, VIVIA DE PRECE DE MODO A APAREÇER LHE LOGO UM MARIDO QUE A LEVASSE DALI E QUE A FIZESSE DIVIDIR OS SOMS DOS SEUS RUIDOS INTENSOS, SEUS QUEIXUMES MIL, SUA VELHICE CAIPIRA, SUAS POUCAS RABUJENS DE ALEGRIA. MAS, O MARIDO QUE LOGO SURGIA, TERIA DE TER PACIÊNCIA DE MEDIDAS BEM ALARGADAS PARA COMPORTAR A LINGUA DE FLORZINHA AFIADA. MAS, ELA HAVIA DE QUERER UM MARIDO PERFEITO DE MODO A PREENCHER TODA A SUA ALMA-DEFEITO. MULHER QUE RENDAVA, OSTENTOU, QUANDO VIU QUE MANDAVA.POBRE JUAREZ QUE NADA FEZ. SENTAVA EM CIMA DO ESPINHEIRO SEMPRE QUE DA MULHER, IA CONFERIR O CHEIRO. OSTENTOU FLORZINHA VINGANDO SE DOS ANOS EM QUE COZINHOU NA VARANDA. APROVEITANDO SE DE UM MARIDO QUASE LÂNGUIDO, PÔS SE A MANDO.ENTÃO, DISSERAM A JUAREZ:

-PÕE FLORZINHA DE NOVO A RENDAR, MAS, SEM DEIXAR DE Á ELA, AMAR. PÕE FLORZINHA DE VESTIDO NOVO, MAS SEM DELA COBRAR. CONTA PRA ELA QUE ELA SABE COZINHAR, QUE ELA SABE PROZEAR. PASSOU MUITO TEMPO CALADA, OUVINDO BARULHOS COITADA! MOSTRA PRA ELA QUE TEM GENTE COM MUITO MENOS DANDO RISADA. GENTE DANDO RISADA A TOA, GENTE DANDO RISADA ANDANDO A PÉ, E SEM PERDER A FÉ. MAS, A SORTE DE FLORZINHA, FOI TER CRIATURA QUE A ENTENDESSE. AFINAL, QUEM JÁ FOI AMARGO UM DIA, FOI PORQUE A FELICIDADE NÃO LEU E POR ELA SE DESFEZ, SE EMPOBRECEU E APENAS PORQUE, DELA NADA RECEBEU.

AGENTE DA POESIA
Enviado por AGENTE DA POESIA em 28/12/2006
Código do texto: T330441