O Amor faz tudo amadurecer sem perder o sabor

Eu me pergunto, às vezes, o porquê do “velho” ser a parte mais confortável, mais confiável, mais doce do nosso viver.

Velhos chinelos, velhos tênis, velhos caminhos, velhas recordações, velhos cadernos, velhos amores.

Este amadurecimento sobre tudo o que nos rodeia no dia-a-dia vai tornando-se parte de nós e quando olhamos velhas fotos naquelas caixas de sapatos quardadas lá no fundo do armário tantos sentimentos brotam em nossos corações.

Uma rápida passagem por tudo o que nos marcou durante a vida, tantas emoções intensas lançadas em nossos corações.

Tantos ingredientes, tantos temperos, tanto açúcar, tanto sal e o que sobre de tudo isto?

Sabores inigualáveis deixados em nós como um calendário de cada momento.

Velhas amizades, hoje tão longe que nem as fotos amareladas resistiram.

Porém, ficaram guardadas, intocáveis às nossas mãos, mas tão sensíveis ao toque dos nossos pensamentos.

Velhos sonhos, tão belos e nem sempre realizados.

Mas deixaram aquele gostinho de ter um dia sonhado, imaginado algo maravilhoso que nos fez caminhar adiante.

Nenhum sonho é vão. Alguns são inspiração, outros, respiração para mais um dia viver.

É, velhas tornam-se as nossas materialidades, mas elas adquirem valores maiores com o passar do tempo talvez por que adicionamos a elas o nosso amor, o nosso carinho, a nossa emoção de despertar mais um dia ao lado delas e caminhando juntos criamos uma só história do nosso viver em comum.

Os velhos cadernos mofam pelos cantos com todos os seus encantos (aqueles nomes rabiscados nos cantos das páginas) que um dia nos fizeram sorrir de alegria, de paixão, de amor por tantos olhos castanhos, azuis, verdes que deixaram saudades, muitas saudades.

E quando os nossos computadores, os nossos sites, blogs serão parte de nossas velhas recordações dos momentos felizes? De tantas amizades, de tantas escritas pelo coração?

Robertson
Enviado por Robertson em 26/10/2011
Reeditado em 27/10/2011
Código do texto: T3300130