O Cão Abandonado

Abro as janelas da minha casa... Observo a rua considerada a mais nobre da cidade.

Nenhum transeunte a passar... A rua está deserta.

Vejo apenas um cão que procura no latão do lixo, sobras de uma boa refeição.

Na alameda o vento assopra. as folhas das árvores acenam aflitas.

Choram... gritam... Por não verem as pessoas bonitas que gostavam de olhar.

Novamente observo...Percebo que os casarões são quase vazios. Sei que os poucos moradores que restam, trazem no peito a solidão.

E lá está o cão que continua a procurar algo para comer, revirando o lixão.

Volto meu olhar para a ponta dos morros,... pensativa...Nem percebo Zé Diogo com seu passo manso a chegar.

Jardineiro antigo na cidade, bom de papo, brincalhão, ele para embaixo da janela e começa a conversar.

_" Olha Dona Maria : Nem todo dia é alegria ! hoje, estou sentindo um pouco de agonia. Já vi muitas crianças por essa rua a brincar, e agora elas sumiram, foram para as grandes cidades, com a intenção de estudar."

Eu também Zé Diogo, fiz esta observação, estou aqui já faz tempo... Olhando o cão abandonado que revira o lixão.

_ "até amanhã Dona Maria ! Fique com Deus; já vou indo. Já molhei minhas plantinhas, agora eu vou para casa fazer um pouco de companhia a minha velha Maria."

Até amanhã Zé Diogo ! Espero que você melhore, e leve para a sua casa muita paz e alegria !

Autora: Maria Lamanna

Rio Preto - MG

Texto escrito em 30/03/2006.

A constatação da falência das cidades interioranas !

Maria Lamanna
Enviado por Maria Lamanna em 26/10/2011
Reeditado em 06/06/2015
Código do texto: T3299841
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