Algumas boas lembranças
Outro dia eu estava a meditar e me passou um filme pela cabeça, mas não era aquele filme que todos dizem que revemos a nossa vida em todos os mínimos detalhes. Esse filme era diferente, tinha um tema, as minhas lembranças se fixaram em todos os momentos que me deram prazer, naqueles momentos inesquecíveis, que você guarda na lembrança juntamente com um sentimento, e toda vez que você se lembra dele, sente exatamente como se estivesse lá, como se revivesse aquele momento. São os bons momentos da vida, e como é bom lembrar deles. Lembro muito bem de uma professora que tive, e eu a adorava, eu a achava linda, maravilhosa, e olha que eu devia ter uns oito ou nove anos de idade, acredite quem quiser. A parte que mais eu gostava era quando ela se aproximava de mim por algum motivo e se curvava para falar comigo e os meus olhos não conseguiam olhar outra coisa senão seus seios, que coisas lindas, aquele decote larguinho, aqueles seios fartos e aquela covinha que se fazia entre eles. Acho que às vezes ela percebia, pois colocava as mãos sobre o decote para cobri-lo. Era a própria inocência com desejos ainda não entendidos. Teve também a Diana, minha primeira paixão. Puxa, como eu gostei da Diana! Ela era a menina mais inteligente da sala, ou melhor, do colégio, nós sem querer estávamos sempre competindo pois eu também tinha ótimas notas e ficava sempre entre os primeiros. Ela todo mês recebia o prêmio da melhor da sala e eu ficava com o segundo e as vezes o terceiro lugar, eu a admirava. Vejam vocês, já naquela época eu imaginava que iríamos casar quando crescêssemos, e eu não tinha coragem de lhe dizer nada disso, ficava olhando pra ela conversando com as outras meninas e sonhava muito. Lembro que houve um ano que eu consegui superá-la nas notas e cheguei a ganhar o prêmio de melhor aluno do colégio e ela ficou com o segundo lugar, e foi nesse ano que eu escrevi um bilhetinho pra ela, seria o último ano dela na escola, pois iria sair para outra. Não lembro bem o que escrevi, pedi a uma amiguinha dela para entregar e saí. Fiquei orgulhoso de minha coragem, só que nunca tive uma resposta dela, nem sei mesmo se a coleguinha dela entregou o meu bilhete e nunca mais nos vimos. Vocês já perceberam como as professoras mexem com a libido dos pré-adolescentes? Pois é... eu tive uma outra professora, essa era de inglês, loirinha, bonitinha, nessa época eu já devia ter uns onze ou doze anos, mas o pessoal da sala não era mole não, sabe o que eles faziam? Colocavam um espelhinho na ponta dos sapatos e quando ela passava naqueles pequenos corredores apertados entre as carteiras, bastava ela passar e era um tal de se esticar os pés com espelhinho para olhar por debaixo da saia dela. Coitada! Nunca percebeu que fez, muitas vezes, a alegria daqueles pequenos taradinhos. Mas havia uma coisa de positivo nisso tudo, ela sempre foi muito elogiada pela diretoria por ser a professora que conseguia reunir sempre todos os alunos, principalmente os meninos, em sala nas suas aulas. Oh, God!
Foi nessa mesma época que eu tive a minha primeira namorada e, consequentemente, meu primeiro beijo. Ela era bonitinha, cabelinhos claros, tinha onze anos e eu treze, nunca mais me esqueci daquele beijo, inocente, apenas o toque dos lábios, ela ficou ruborizada, e eu apaixonado, só o fato de segurar suas mãos aceleravam o meu batimento cardíaco e outras coisas mais. Já se foram 43 anos, mas aquelas emoções, aqueles sentimentos ainda os sinto quando lembro, essas são as boas coisas da vida, aquilo que vale a pena lembrar. Logicamente eu tive muitas outras fortes emoções após isso, que estão guardadas com muito carinho aqui comigo, coisas de que gosto de me lembrar, tive outros beijos maravilhosos os quais ainda sinto o sabor e o cheiro daquele momento, a primeira transa a gente nunca se esquece, tenha sido ela boa ou frustrante. A melhor transa, aquela inesquecível, aquela mulher que te fez virar os olhos. Puxa! Como diz o nosso Rei Roberto Carlos... São tantas Emoções! Eu torço para que essa garotada de hoje passe também por esses momentos inesquecíveis e que tenham muitas emoções, guardem os sentimentos numa caixinha dentro de si próprios para que, no futuro, tenham essas lembranças maravilhosas que temos hoje, de um tempo onde fazíamos tudo que o nosso corpo pedia, mas de uma forma diferente, de uma forma romântica, quando tudo era proibido, mas consentido as escondidas. Os segredos da mulher eram valorizados, e ao descortinarem-se tínhamos “a visão”, uma visão maravilhosa do paraíso.
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