Chega de Corrupção
Só se tem uma ideia do volume de recursos desviados pelo ralo da corrupção, quando se faz uma comparação com o que daria para fazer, se aplicados corretamente. Esta semana, uma revista de circulação nacional aponta 10 motivos para a população se indignar com a corrupção. Entre eles, alguns ligados à área de saúde, citando, como exemplo, o número de UTIs e de sessões de quimioterapias que poderiam ser disponibilizadas à população com os 85 bilhões desviados em apenas um ano. Um atendimento que ultrapassaria ao que se tem nos países de primeiro mundo. Enquanto isso, vimos, no decorrer da semana, pacientes correndo de hospital em hospital e sendo recusados por falta de leitos e médicos, encurtando assim a sua sobrevivência. Como se diz no nosso linguajar aqui do Nordeste: “Morrendo à míngua”.
Não faz muito tempo, li um artigo que tratava do processo cultural da corrupção, em que o crítico culpava a todos nós que, em alguns casos, aplaudimos os corruptos, ao invés de repudiá-los. E eu já vi esse filme aqui na minha sofrida Alagoas. Alguns prefeitos foram presos depois de uma minuciosa investigação da Polícia Federal, com todos os indícios da irregularidade, mas, ao serem soltos, foram recebidos com festas e foguetórios em seus respectivos municípios. Roubar é sinônimo de esperteza, de sabedoria. Ser honesto é ser bobo. Essa cultura precisa acabar. Cada cidadão tem de empunhar a bandeira da anticorrupção, acreditando que o grito da indignação possa ecoar por todo o país. Se “uma andorinha só não faz verão”, vamos formar um bando delas e sobrevoar por todo o Brasil, dando um basta nessa praga que afeta a todos nós. É preciso lembrar a frase da Madre Tereza de Calcutá: “Sei que a minha ajuda é um pingo d’água no oceano, mas sem esse pingo o oceano seria menor”.