o galanteador
Caros dois ou três leitores, recentemente enviei um poemazinho barato à uma garota (podem deduzir então que não sou veado), na tentativa de cortejá-la, ou melhor devorá-la, possui-la, ejacular dentro dela e engravidá-la de gêmeos, trigêmeos; é, eu sei, estou apaixonado por ela! mas a merda é que não surtiu o efeito que queria, ela respodeu: "nossa, que belo poema, um tanto expressivo, vc escreve bem". Pelo menos achou que eu escrevo bem, mas, não queria elogios literários, queria ouvi-la dizer "sim, eu te quero, largo meu namorado rico prá transar com voce, quero que me engravide de gêmeos, trigêmeos..." pois é, a resposta passou bem longe disso.
Quando quiserem galantear algo ou alguém não façam uso deste poemazinho, que tive que escrever com a mão na boca para não vomitar e também porque a probabilidade de vossas musas parecerem com a Paula Fernandes e terem ido embora da Rua São Bento é infinitamente pequena. Assim, este é um conselho do que "não fazer" ou "não escrever" quando se quer ter com uma fêmea "gêmeos, trigêmeos..."
Boa tarde linda....
"...eu não sei fazer poesia, mas que se f#$@!"
Como vou entrar neste prédio cheio de gente
Sem ter a menor esperança de te encontrar por acaso
No elevador ou nos corredores?
Porque descer alguns andares pela escada
Sem motivo aparente, com a doce expectativa
De um encontro e um abraço e um beijo rápido?
Prá que olhar no rosto da multidão que passa
Pela rua São Bento se em nenhum deles verei
Teus olhos de Paula Fernandes e meu coração não
Palpitará, o ar não faltará e a boca não secará...?
Me resta apenas ouvir um samba alegre
Nestes botecos do Centro e ficar contente
Contemplando a ingênuidade de quem dança
Te esperando e imaginando teu gosto por inteiro,
O sabor do teu corpo...