Ser ou ter, eis a questão!
Quem já não ouviu a velha e famosa frase “Ser ou não ser, eis a questão”, contida na da peça A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare?
Pois é, essa frase é frequentemente usada como um fundo filosofico profundo.
Diferente da frase de Shakespeare, a questão aqui é outra. Ser ou ter, um grande dilema para nós que vivemos sob o cabresto do capitalismo. Numa sociedade extremamente consumista, onde todos os ideias de felicidade estão associados a dinheiro, beleza e poder, fica difícil refletir quais os verdadeiros valores que devem priorizar as ecolhas que fazemos ao longo da vida.
É triste pensar que para ser feliz é preciso ter isso ou aquilo, é preciso ser assim ou assado.
As pessoas tornaram-se exigentes quando o assunto é felicidade.
Uma pesquisa mundial, que ouviu mais de 136 mil pessoas em 132 países levantou a seguinte questão: “Dinheiro traz felicidade?”
A pesquisa, que incluía perguntas sobre a felicidade e renda, revelou que, embora a satisfação com a vida normalmente aumente com o aumento da renda, os sentimentos positivos não necessariamente seguem esta mesma tendência. Ufa! Essa passou raspando, que bom, a pesquisa comprova que o dinheiro, apenas o dinheiro NÃO traz felicidade; Os países pesquisados representam cerca de 96 por cento da população mundial e refletem a diversidade das realidades culturais, econômicas e políticas ao redor do globo.
As pessoas sempre se perguntaram se o dinheiro traz felicidade. Mas o fato de que os ricos nem sempre são felizes mostra que a resposta não é óbvia.
“Este estudo mostra que tudo depende de como você define a felicidade, porque se você olhar para satisfação com a vida, como você avalia sua vida como um todo, você vê uma correlação muito forte em todo o mundo entre renda e felicidade", explica Ed Diener, um dos autores do estudo.
A verdadeira felicidade é aquela que não cabe no contracheque, ela está associada a idéia que fazemos de nossa própria realidade, a leitura de mundo que desenvolvemos. É comum pessoas simples sentirem-se felizes e realizadas, muito mais do que pessoas que não conseguem administrar os dígitos de sua riqueza.
O problema disso tudo é que as pessoas esquecem de “ser” num tempo onde impera a ditadura do “ter”. As crianças crescem sob esses falsos ideais e acabam perdendo noções de valores essenciais, incluindo a importância da educação, respeito e caráter. O que vemos, cada vez mais, são crianças problemas e jovens frustrados, pois o ideal de felicidade, para eles, está intrinsecamente associado ao dinheiro e à beleza.
É preciso educar para ser feliz, uma educação que mostre às crianças que para ser feliz, elas terão que trilhar os caminhos da educação. Fazê-las compreender que é feliz quem respeita, assim como é feliz quem é respeitado.
É feliz quem é honesto, quem é bom de coração, quem tem amigos de verdade, quem tem amores de verdade, e, principalmente, é feliz quem descobre que dinheiro e beleza isolados de todas essas virtudes, não traz felicidade.
A felicidade está erroneamente associada a momento, e depois?
As crianças, mais do que nunca, precisam ser orientadas na busca e manutenção da felicidade.
Na busca por falsos valores, esquecemos de nós, esquecemos quem somos, é aí que começa a surgir as frustrações, responsável pelo desanimo coletivo vivenciado pela humanidade.
A resposta é simples, jamais seremos felizes se acreditarmos que a felicidade está fora de nós, que depende de alguém ou de alguma coisa para se concretizar.
Ser feliz é ser amado pelo que somos e não pelo que temos.
E você, é feliz?
Cassiane Schmidt