A cigana nos falou...
Tenho uma especialização em Psicologia, fato que talvez faça-me compreender a atividade profissional de uma cigana. Desde antes, esse tipo de trabalho me era muito envolvente. Tenho uma espécie de fascínio pelos mistérios que envolvem a capacidade das pessoas que dizem adivinhar o futuro de outras.
Hoje eu até compreendo melhor. Fiz outra especialização, dessa vez em Parapsicologia. Minha intencionalidade foi para obter mais conhecimentos em torno desse assunto e me fazer uma interpretação melhor com base nessa "ciência".
Mas na verdade, quero aqui contar uma crônica sobre uma cigana que "leu" a mão de minha mãe e fez observações sobre mim.
Eu tinha nove anos, quando estava na cidade de Bacabal, Maranhão, caminhando com minha mãe, quando uma cigana nos parou.
Segurando a mão de minha mãe começou a falar: Você não é daqui, nem vai ficar muito tempo. Vai morrer numa cidade bem longe daqui onde se encontra seu marido.
Meu pai tinha deixado minha mãe ainda moça, naquele lugar e tinha partido em busca de mais oportunidades.
Enquanto a cigana falava, olhava fixamente para mim. Minha mãe nem se concentrava direito. Brigava comigo o tempo todo. Eu pegava na roupa da cigana, no véu que ela usava. Tudo nela me chamava a atenção.
Quando a cigana terminou de falar com minha mãe. Disse olhando pra mim: Essa menina vai se dar muito bem na vida, será seu orgulho, mas tem uma coisa...
Mamãe preocupada perguntou: Diga, que coisa ela tem?
- Não, não é nada. É apenas uma energia que sinto.
Saiu e foi embora.
Fomos à feira e enquanto estávamos fazendo as compras, percebemos um tumulto à beira da rua.
Nos aproximamos e vimos a tal cigana estirada no chão. Um carro a havia acidentado, morrendo ali mesmo.
Tempo depois meu tio que morava na cidade onde meu pai se encontrava, foi nos buscar.
Aquela cena nunca saiu de minha cabeça. E durante anos eu me perguntava: Por que os ciganos e cartomantes não conseguem adivinhar seus futuros?
Em relação ao que ela disse de mim, ainda aguardo.