GATO DE ARMAZÉM

Já estava com muita saudade dela; afinal fazia mais de 112 dias que ela não aparecia, aqui, por BH.

A serra do Rola Moça, da Moeda e da Canastra já sentia a sua ausência e reclamava por sua falta.

Nesta última sexta-feira após a visita costumeira no Bar do Ivan, depois da jornada de trabalho, entrei em casa e me aconcheguei.

Pela manhã de sábado, olhei o tempo e lembrei-me:

“Um dia frio

Um bom lugar pra ler um livro

E o pensamento lá em você

Eu sem você não vivo”.

Passei a mão nas chaves do carro, enquanto meus filhos dormiam, saí bem cedo para buscar pão e à procura de quiabo. No sacolão do bairro, nem pensar: R$7,99, o quilo.

Num supermercado, cada bandeja por R$1,88; coloquei logo três no carrinho. De prontidão comprei um quilo e meio de costelinha, alguns tomates bem maduros e para completar o molho, pimentão, cebola, salsa e cebolinha.

Após o café, iniciamos a feitura do almoço que quando pronto, uma caninha da roça, o acompanhou bem. O guisado borbulhou à espera do angu de fubá de “munho d’água”, feijão e arroz. Prá que mais?

Peguei o livro de crônicas de meu amigo Gdantas e as dissertações cabalísticas, de Marco De Nilo para me deleitar. “Quando florescem os cafezais”, de Hanid, ajudou-me a mesclar a literatura.

Fiquei assim, todo o final de semana, que nem gato de armazém em forma de rodilha, sobre o saco de milho.

“Recriar a luz que me trará você.

E tudo nascerá mais belo,

O verde faz do azul com amarelo

O elo com todas as cores”.

Hoje, pela manhã, levantei e fui trabalhar.

Percorro diariamente uns seis quilômetros de cinturão verde na Grande BH. Tudo estava verde e amarelo. O sol tornou a brilhar e já fiquei saudoso do fim de semana chuvoso.