Vivendo relacionamentos no século XXI

Já faz algum tempo que procuro observar nas pessoas, a sinceridade, a honestidade e a pureza, características que alguns, associam ao amor.

No entanto as decepções vão tornando essa tarefa muito complexa, quando coloco em questão algumas atitudes humanas, por vezes histórias de amigos, de fracassos em relacionamentos afetivos... Em relacionamento familiar... Ocorre a seguinte ideia, será que não existe esse sentimento que alguns poetas descreveram tão detalhadamente?

Escuto muitos casos em conversas informais, de pessoas que tenho ou não convívio, que falam sobre diversos temas do cotidiano; recentemente, ouvi de uma atendente da padaria, de uma das cidades, onde atualmente tenho desenvolvido atividades, um pouco da vida dela, contou-me que vive com o esposo, e o enteado, filho de um primeiro relacionamento do marido, essa criança já está entrando para a fase de adolescência, a descrição é de um garoto obediente, e respeitoso, que tais condições foram combinadas quando o relacionamento iniciou, até aí tudo bem, e que bom que teve diálogo e resultado! O que gera reflexão é saber que a mãe biológica do menino, não se interessa por ele, e desde que ainda era muito novo, a tutela foi dada espontaneamente ao pai, pois a mulher tinha projetos de mudar-se para o exterior com um novo namorado, projeto que não deu certo, mas que mesmo assim a manteve afastada do filho.

Isso faz com que pensemos que a capacidade de amar está condicionada, já que uma mãe, aquela que gerou o filho por nove meses, sabe que ele é parte dela, desiste dele por qualquer outra opção; e outros relacionamentos? Para onde estão caminhando?

É nímia, a rotatividade de parceiros, nos relacionamentos afetivos, parece que virou moda, o mais interessante, é a maneira com que os ex-parceiros, se referem um ao outro, ouço muito “minha primeira mulher... a minha segunda esposa... meu primeiro companheiro...” como se o ciclo não fosse parar nunca. Quem ouve alguém dizendo isso concluirá que a conta vai continuar aumentando... Parece haver prazer em enumerar as pessoas.

Não é que devemos ser a favor de relacionamentos que durem a vida toda sem qualidade, que façam as pessoas se aniquilarem em prol da outra, sofram, parem seus sonhos; mas não podemos concordar com a maneira com que essa busca pelo “par perfeito” acontece, desrespeitando os valores familiares. Sabemos que é grande o desafio da convivência. É importante tratar com maturidade os envolvimentos, planejar melhor a criação de filhos, para que o futuro seja mais bonito do que o de tantos que conhecemos.

É muito comum término de relacionamentos conjugais, simplesmente por uma discussão, e até por questões financeiras, muitas destas situações prejudicam a vida dos envolvidos, e causam muito sofrimento até que as pessoas reconquistem o controle emocional, ou criem uma nova rotina.

Falta ao ser humano redescobrir a simplicidade, a hombridade, valorizar as coisas que possuem, o seu dia-a-dia, a natureza, quem está ao lado, o amigo, o companheiro, o esposo, a e esposa, os filhos; viver momentos de “fazer nada”, ao lado de quem gosta, porque ao que parece a felicidade não é feita só de conquistas concretas, não é só o dinheiro, pois se fosse, não haveria milionário com depressão. Tentemos redescobrir aquele sentimento, que inspirou tantos poetas, para que seja possível acreditar novamente na raça humana, tanto sofrimento poderia ser evitado, se houvesse mais amor.