Ela já morreu... Vc que não sabia!!!

Lendo uma matéria sobre o sofrimento de mulheres vitimadas por abusos de toda sorte de ordem, principalmente psicológicas, fui me aperfeiçoando mais e mais nas leituras e vendo, ou melhor, constatando que as marcas não ficam apenas esporádica, mas eternamente.

Muitas vezes aquela criatura ainda subexiste, mas já está morta. Parece um paradoxo, mas é assim que percebo-as. Estão vivas, coração batendo desenfreadamente, mas estão totalmente mortas por dentro, pois levaram, saquearam a alma daquela criatura.

Algumas vezes já senti-me assim: Alma saqueada. Roubaram um pedacinho de mim.

Quem mandou eu ser tão permissiva?

Coisa da juventude!

Gente, dói demais.

Bom, o legal do 'saque' é que findamos por compreender que mesmo alguém carregando muitos pedaços de nós; permanecemos inteiras (aparentemente) e só os mais sensíveis conseguem contemplar e ver os bastidores e perceberem como estamos aos pedaços, fragmentadas.

Descobri o porquê de poucas pessoas serem sensíveis ao seu semelhante. É que aprendemos no ciclo desta passageira vida a escondermos nossas mazelas, nossos traumas, nossos temores e medos.

O mundo virou um grande picadeiro, onde os palhaços somos nós. Isto sem querer denegrir a imagem dos profissionais do circo, que, por sinal são fantásticos, mas quero desnudar para a sociedade como somos artistas no palco desta breve vida. Vida por vezes medíocre, sem graça, azeda, mas, pintamos o rosto, o cabelo, as unhas, disfarçamos o máximo que podemos, e, lá vamos nós: à luta. Os pedaços caindo em cada esquina, mas aprendemos a levantar, sacodir a poeira e fazer de conta que está tudo bem.

Aliás, a historinha de fazer de conta aprendemos desde tenra idade, já perceberam? Ouvi um monte de historinhas de faz de conta na minha infância. Cresci neste mundinho de faz de conta e hoje percebo muita gente adulta e até idosa, vivendo uma mundo do faz de conta.

Faz de conta que somos felizes, faz de conta que eu te amo, faz de conta que somos saudáveis, faz de conta que a vida é bela, faz de conta que somos ricos, faz de conta que estamos alegres, faz de conta que somos uma família de verdade. É tudo máscara, fantasia, capa. Mentiras, trapos de uma vida de disfarces e artes.

E assim caminha a humanidade...

Muitas pessoas especialistas em fingir estar tudo bem, mas quando sacolejamo-as, as lágrimas descem facilmente em suas faces, escorrem como enxurradas numa ladeira, mas essas pessoas não gostam disto. Manter-se de pé é uma estratégia interessante, instigante e até necessária.

Gosto de um joguinho infantil de uma marca famosa chamado: Jogo da Vida. Gosto de jogar o 'jogo da vida', onde, na verdade, eu gosto mesmo é de ficar apreciando meu opositor tentando me vencer naquele joguinho. Tantas emoções me são passadas naquele inteligente jogo. Tiro lições tremendas de um simples joguinho infantil.

Também gosto de gangorra. Dali tiro muita sabedoria e aprendo a viver melhor. Uma hora por cima, noutras por baixo, mas sempre em algum lugar e sempre participando.

Voltando cá para o lado da mulher que já está morta e alguém não sabia, o importante é saber que de alguma forma aquela mulher ainda existe, mesmo que apenas na mente de umas poucas pessoas que tiveram o privilégio de cruzar seu caminho, mas morta, reafirmo: Ela já está há muito tempo.

Os que a cercam é que ainda não perceberam.

Descuidados demais!

Insensíveis demais!

Relaxados demais!

Ocupados demais!

Egoístas demais!

É preciso estar atento aos vestígios dela, aos sinais deixados, aos seus rastros. Ela sempre deixa rastros, um aroma de perfume exala de seus passos.

Sigam-na!

Contos e Encantos
Enviado por Contos e Encantos em 22/10/2011
Reeditado em 22/10/2011
Código do texto: T3292082
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