o matuto coerente

Historias contadas em Jarinu

O matuto coerente.

Danilos

Aconteceu já há algum tempo mas é digno de lembrança. Certa vez um matuto estava à procura de emprego e se dirigiu para a Rua independência e de bar em bar foi saber quem pudesse lhe indicar um local para trabalho. Teve sorte, foi informado que um proprietário de chácara, sujeito rico de São Paulo precisava de um caseiro com bastante conhecimento em agricultura.

O matuto ficou feliz, pelo que soube antecipadamente o emprego era bom e ele tinha o perfil adequado para a função, e assim foi procurar o proprietário na certeza de ser contratado. Na entrevista se saiu muito bem, mostrou que conhecia bem o serviço, por outro lado o patrão mostrou os benefícios que oferecia, alem de um ótimo salário.

Quando o emprego parecia garantido, o patrão frisou que só faltava um pequeno detalhe para lhe dar o emprego, e pediu que o matuto fornecesse nomes de pessoas que pudessem dar informações a seu respeito e justificou dizendo que para pôr uma pessoa dentro de sua propriedade, necessitava tomar esse tipo de cuidado.

O matuto disse que não tinha problema e ofereceu o nome de várias pessoas que conheciam seu trabalho, seu caráter e sua honestidade. A pesquisa foi feita e o resultado foi melhor que o esperado, o patrão ficou contente e decidiu dar o emprego ao rapaz. Porem no dia marcado para o ajuste, o matuto não apareceu e nem nos dias seguintes, e então o patrão saiu em sua procura.

Quando o encontrou disse-lhe que sua ficha era muito boa e que podia começar a trabalhar no dia seguinte. O matuto agradeceu e lhe disse:

“Oi moço, não vou querer não, porque enquanto você foi procurar saber de mim com meus ex patrões eu fui saber de você com seus ex empregados e sua ficha não é boa não”

Em seguida o matuto se despediu e calmamente foi seguindo pela rua, desaparecendo na curva da esquina.