Mulheres versus mulheres




Não corria na estrada que parecia chorar por mim se chorar preciso fosse. Então eu disse: Não precisa. Faz tempo sobrevivo aos trancos, e quando preciso, levanto ou nem caio. Muitas vezes não cabemos em nossos sonhos, isso sim! E quando nos deparamos com o avesso da avenida que bem podia ser colorida, chorar até que poderia ser uma saída, mas não choramos. Mulheres guerreiras conseguem manterem-se firmes e tocar o barco. Se o remo do amor dói, a gente toca assim mesmo. Se sangra, a gente finge que é um mertiolate à toa. Não é que me lembrei da mulher morta do ketchup?! Bem, nada de mudar de assunto. Também, tenho tanto para escrever que o que não falta é caminho. Nas últimas duas horas de estrada iniciei umas 4 crônicas diferentes em minha cabeça. Mas foi mais por necessidade que querência. Sabe quando você conversa com você mesma sobre a vida? Você fica ali, você e as rugas longas do rosto que não é reparado por nós mesmos enquanto dirigimos. Mas no trânsito congestionado de São Paulo eu reparei as rugas da mulher no carro em minha frente pelo retrovisor. Tentei lhe adivinhar a idade e concluir no tanto que ela era bonita ou não. Acabei concluindo que era e pensei: Dane-se! Somos todas bonitas. E ela conversava ao telefone e fazia umas caretas. Pensei: Ficou feia! Depois ela começou a fumar e pensei: E ainda tem o vício! Foi assim que me distrai dos meus pensamentos infelizes. Uma hora ela gargalhou ao telefone. Pensei: voltou a ficar bonita. Hora nenhuma eu pensei que ela poderia estar vendo que eu a estava observando. Logo que o transito melhorou, sumimos! Muitos seres humanos desaparecem das vistas dos outros, assim...

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 22/10/2011
Reeditado em 23/10/2011
Código do texto: T3291153
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