De anciães a meninos.

“Temos em nós todas as idades”, dizem os orientais.

 

Dia da Criança e a anciã deprimida e amargurada desperta em mim. Enormemente dolorida, converso com o coração, já que a mente, com seu “verniz de sanidade” como diz Veralis, só piora as coisas nessas horas.

 

E o coração, como sempre, é claro e rápido: “ – Escreva um conto de amor.” Ao que respondo de imediato, do fundo da minha miséria : “ – Amor rima com mau humor...” E tento viver o dia. Esqueço o coração e a dor se avoluma como bola de neve.

 

“ – É a idade”, penso. Mas uma voz me diz : “ – Engraçado. Você com cinqüenta e nove, ontem tinha trinta...”. “ – É a depressão, é um problema de descompensação química, é a solidão, ninguém me ama, ninguém me quer,  e os sites onde tão pouca gente apareceu hoje para comentar minha poesia, tão linda, minha fotografia, eu jogada na lata de lixo, é meu destino. Nem tocar  o teclado está resolvendo.Dormir é a solução. “

 

No dia seguinte continuo péssima. Volto a falar com o coração. E ele lá com a mesma ordem: “ – Escreva um conto de amor.” Mas ao invés de contestá-lo começo a imaginar qualquer coisa, deixo o pensamento fluir, para não dizer que não estou respeitando. Só para tentar me livrar da dor. E, no meio do nada, surgem duas histórias lindas, histórias verídicas das quais posso fazer dois contos. 

 

Passo a ter dezenove anos...

 

Só que o processo foi tão desgastante, que fui descansar uns dias em Araxá, Minas Gerais.




E de Minas vem lá de São João del Rey um presente que Lady Di não recebeu e por isso enlouqueceu como Ismalia e morreu. Seu autor: Giovanni Pelluzzi, o grande magico. O poeta.


Alados são os teus sentidos,

voando em céu dourado

, no ecoar dos teus cânticos

ao céu do teu ser, tão amado!..


E este Giovanni tão amado se faz cada vez mais presente e encantado:. Nos dias lindos em Araxá, Minas Gerais ele era minha maior preocupação por eu estar sem computador e não o poder contatar.

Ah, aqui em São João Del Rey,

o tempo não parece passar.

São versos, rimas e estrofes de alguém

que não pára de sonhar.

Francamente, lá em Franca,

alguém me diz no olhar,

que a vida é poesia tão simples,

que a felicidade se faz externar.

Beijos e abraços, cara poetisa.

Tu és mulher que encanta, que dança,

que fala ao coração com tanta singeleza e pureza

, que o coração faz-se acalentar.




E da terra onde nasci, vem a genialidade clarividente da grande poetisa e amiga Maria Jose:

 

A vida é para a gente aprender;

mas aprender o que?

Tudo que ela nos trazer

.Num dia, um bom almoço

noutro, somente um pão

num dia brinco de roda

noutro rodo como pião

 


 

luciana vettorazzo cappelli
Enviado por luciana vettorazzo cappelli em 21/10/2011
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T3290853