HÁ VIDA DEPOIS DA MORTE?
Por ser o único animal que pensa, essa questão acompanha o homem desde que tomou consciência da vida. A precariedade da existência em face da morte, inevitável, cria dentro dos seres humanos um gigante que corrói: o medo. Se pudéssemos saber exatamente o que acontece depois da morte, com certeza não sofreríamos de tanto medo. Porém, a ignorância diante do desconhecido alimenta as mais terríveis fantasias que acabaram por criar infernos, julgamentos, punições e até o nada. Apesar do desenvolvimento tecnológico, vivemos de especulações porque não existem provas cabais sobre isso. Se há vida ou não após a morte é, antes de tudo, um ato de fé, que pode ser reforçado, hoje, por estudos na literatura sobre o tema. Mas o homem, a exemplo de São Tomé, acredita mais naquilo que vê, que toca, que consegue provar materialmente. Só que a vida espiritual não pode ser estampada em fotos de jornais. Cada um de nós busca respostas e forma opiniões naquilo que melhor se encaixa ao seu nível de compreensão e evolução. Os que crêem no nada talvez se surpreendam ao encontrar a continuidade da vida em outro Plano. Os que aceitam o Céu talvez se desiludam por observar que nossas qualidades e defeitos não mudam apenas porque deixamos o corpo físico. Outros, talvez, se surpreendam ao sentir que o juiz é nossa própria consciência. Outros confirmarão, quem sabe, as palavras de Jesus de que existem "muitas moradas na casa do Pai".
Seja como for, há um aspecto positivo a respeito da morte: ela obriga os seres humanos, pela sua fatalidade, a se agarrarem ao tempo que dura sua existência e fazer dela o melhor para viver bem e permanecer no coração dos que amam quando chegar a hora da definitiva viagem.
Acredito que o melhor que temos a fazer é nos tornarmos abertos às novidades sobre o assunto, lermos, estudarmos, analisarmos. Mesmo que não cheguemos a uma conclusão concreta, pelo menos estaremos aparando as arestas das diferenças religiosas que, há séculos, dividem os homens, causando guerras, tragédias e preconceitos tolos.