As Crônicas de um Bastardo Parte 1

Capitulo Um

- Você tem total clareza desta sua visão Rox? Disse o rei olhando com seus grandes olhos negros friamente para o homem que estava à frente de seu trono. -Sim majestade. Respondeu o homem se inclinando em reverência -Vossa majestade sabe que há anos sirvo as águias e nunca falhei em minhas poucas, mas certas visões. –Sei de sua fidelidade e de sua casa a mim e minha família Rox. Respondeu o rei – Mas sabe de como é dura e perigosa esta sua visão para toda terra central e suas casas. Preciso pensar um pouco mais. -Você pode se retirar. Concluiu o rei.

Rox Králik se levantou colocando seu grande chapéu pontudo de cor preta com um sol bordado que mostrava a todos que ele era o chefe da casa dos magos e saiu o mais depressa que pode do grande salão real, deixando a figura imponente do rei Arend com seus pensamentos.

O salão real era uma grande sala oval com o trono do grande rei fincado no centro, o trono era todo banhado a ouro presente da casa dos Suinãs, atrás do trono havia um grande estandarte de cor branca com uma águia bordada em linha banhada na prata o que fazia a figura da águia brilhar como se fosse um cristal. Mas atenção do rei naquele momento estava para a pintura na parede a sua direita que mostrava uma cena da grande batalha das praias cortantes onde todas as casas haviam se unido para expulsar o povo dos chifres, o dia em que se tornou rei de toda terra central, ele olhava a pintura e lembrava onde estaria agora àquele jovem destemido que liderou as casas numa grande batalha pela liberdade, lembrou-se do prazer de empunhar uma espada, não para demonstração como fazia agora, mais para lutar por um ideal. Ele sabia que agora se tornará um grande rei, mas sua alma ainda era de um guerreiro. Ele sentia falta das fogueiras, dos acampamentos, das canecas de vinho e principalmente de estar livre afinal seu sangue era de uma águia. Começou a pensar que se a visão do mago sol estivesse certa essa seria a oportunidade dele entrar para os contos de seu povo como o maior rei de toda terra central. Afinal! Havia paz em todo reino, o povo o amava e ele agora tinha a vitória garantida sobre a serpente do mar isso segundo a visão do mago. Que prazer maior um homem poderia ter, nem os lendários heróis puderam destruir a grande serpente e claro que a destruindo um novo mundo se abrirá é o que diz a lenda. Estava decidido o grande rei iria navegar novamente em uma grande batalha e certo de sua vitória.

Então ele toca o sino real que ficava suspenso em uma corda ao seu lado e logo o som agudo do sino traz um de seus serviçais ao salão real – Sim majestade! O que deseja? Entrou um jovem de cabeça baixa vestido de roupas azuis com uma capa de cetim prata por

cima dos ombros prendida com broches de ferro polido ele era uma figura magra parecia não haver carne só pele e osso mais seus olhos negros continha uma alegria especial em servir o rei. Falava com uma voz adocicada e sua cabeça era raspada como todo serviçal do rei.

–Odnu chame agora mesmo o velho mago Rox, Fineas e meu filho Qartal. Respondeu o rei.

Quando as grandes portas do salão se abriram, o olhar do rei pode comtemplar a entrada dos três que havia chamado. O velho mago agora com seu chapéu pontudo preto na cabeça que combinava com suas vestes também negras como a escuridão de uma noite sem estrelas tendo somente o bordado do sol na frente do chapéu o que dava algum ar de vida em suas roupas, sua face era cansada e como todo ancião tinha muitas rugas, mas os seus olhos eram venenosos como de uma serpente, sua barba branca se misturava aos seus longos cabelos também brancos como a neve das cordilheiras do reino, ele andava bem mas devagar que os outros dois chegava quase se arrastar entrando no salão. Um pouco mas a frente dele vinha Qartal Arrano o primogênito do rei, seus olhos eram tão negros quanto ao do pai mas seus cabelos eram ondulados e vermelhos como de sua mãe a sua juventude se destoava do velho mago, ele tinha apenas 16 anos seus braços ainda eram fracos e sua face jovem, andava como um menino mimado da corte e vestia se com roupas de lorde tudo das mais caras sedas que se podia ter na terra central, seu manto era branco com a águia bordada em vermelho os broches que o prendiam eram duas lindas perolas tiradas das praias cortantes, o seu ar de respeito e reverencia ao pai ficava claro com a atitude de entrar no salão com sua coroa de príncipe já em suas mãos e não na cabeça. Ao seu lado vinha Fineas Bdala chefe da guarda real e considerado por muitos o homem mas forte de todo reino, sua couraça era escamada e toda banhada em prata, seu elmo também era de prata com a viseira em ouro e tinha penas de águias em toda parte superior. Sua espada estava na bainha em sua cintura, seus passos eram firmes como alguém que não teme nada, seu manto era azul escuro como o mar do oeste tinha bordado uma coroa dourada no centro e uma águia pousada na coroa os broches que prendiam o manto em seus ombros eram de rubis.

Os três pararam diante do trono e se curvaram o mago tirando seu chapéu, e Fineas tirando seu elmo de penas de águia mostrando todo seu grande cabelo vermelho como todos de sua casa. – Podem se colocar de pé. Disse o rei e virando se para o mago falou

– Conte de novo sua visão Rox Králik. E todos os olhos do salão voltaram se para o velho mago. – Bom como já lhe disse vossa majestade, era uma noite fria como há muito não tínhamos aqui no sul, como o rei tinha viajado ate o porto central e não precisaria de meus serviços ate retornar, resolvi atravessar o bosque e visitar meus irmãos e minha casa na terra dos magos. Foi então que atravessando a ponte de casco duro que um grande mapa se abriu para mim nos céus meu velho corpo ficou paralisado um cheiro de jasmim parecia estar em todo o ar, a visão mostrava as águas do mar oeste onde esta a divisão de nosso mundo e a grande serpente apareceu e também apareceu vossa imagem ó querido rei com sua fiel espada Rasgando Ventos desembainhada em sua mão pronto para uma batalha o cheiro mudou para um fedor de cobra queimada quando ouvi uma voz em minha mente dizendo – o maior vencerá! Cai do meu cavalo, e meu fiel escudeiro Tambor, que me acompanhava, me trouxe de volta ao reino pôs tinha caminhado somente meio dia dos dois de viajem que iria percorrer.

A Fisionomia de Fineas continuara fria, como a de um guerreiro de gelo não mostrando nenhuma reação sobre a grande revelação, mas a feição de Qartal era de um total desespero, sua mão começara a suar, suas pernas tremiam como os bambus do leste em uma ventania e sentiu em seu peito um calafrio e um vazio como nunca antes sentira em toda sua jovem vida –Pai isto é uma loucura disse o jovem – Aqui não sou seu pai Qatar e sim seu rei já cansei de lhe dizer isso disse o rei com um tom de repreensão ao filho – Perdoe-me majestade é que a noticia é por demais assustadora. – Você teme o que Qatar? Pergunto lhe o rei – Ninguém nunca venceu a serpente meu Senhor e como somente uma visão pode garantir vitória respondeu o filho tremendo as pernas um pouco menos. – Você duvida de minhas visões meu jovem príncipe saiba que nunca falhei em nenhuma delas disse a voz cansada do mago em tom de ironia ao príncipe – Mas se as grandes decisões do reino forem decididas por visões não precisamos de conselho e talvez nem de rei, falou o jovem em tom agressivo ao velho mago – Basta! Gritou o rei - não foi para isso que os chamei aqui. – mas o conselho precisa ser reunido teimou o jovem. – não preciso daquele bando de imbecis para saber o que quero Qatar e nem de sua opinião meu querido jovem. Falou o rei com o dedo apontado para o filho – Você só esta aqui para ser comunicado a única opinião que quero é sua Fineas. Disse o rei olhando para direção do chefe da guarda real.

Houve um silencio sepulcral em todo salão real, Fineas mantinha seu semblante serio e concentrado seus olhos mostravam que muito tinha sofrido para chegar à posição que hoje ocupava então olhando para ao rei começou a falar – Vossa majestade sabe que a decisão que tomar a minha espada e a de toda guarda estará ao seu lado

– Obrigado Fineas mas quero saber sua opinião sobre a visão respondeu o rei – Acho que não a ninguém maior que o soberano em toda terra central e se a voz diz o maior vencera com certeza aquele serpente sucumbira diante de vossa majestade. – Obrigado respondeu o rei se colocando de pé para passar instruções:

- Qartal meu filho o reino ficara sobre seus cuidados claro com supervisão do mago sol Rox em quem confio pra te aconselhar, e guardar nossa casa. A fisionomia do menino era de uma raiva que nunca havia sentido pelo pai a testa franziu e olhos estavam semicerrados, mas se curvou e falou – Sim meu rei cumprirei sua vontade, posso me retirar – Claro ordenou o rei. Há você mago pegue Tambor seu fiel escudeiro e coloque-o a frente da guarda pôs sei que muitos o respeitão como forte homem que é no reino e que ele proteja meu filho e o castelo ate meu regresso. Os olhos do mago pareciam arder em chamas de felicidade – Sim majestade! Claro meu rei seus desejos são meus desejos realizarei com maior prazer cada um deles respondeu o mago saindo do salão. – há você meu amigo e fiel guerreiro Fineas reúna 80% da nossa força da guarda e convoque a todos ao redor do castelo homens jovens e fortes que queiram batalhar e sejam fieis a mim partiremos em dois dias para a maior batalha de nossas vidas meu velho amigo disse o rei. Fineas curvou-se diante do rei não dizendo nada pôs seu elmo na cabeça e saiu do grande salão real.

Rodrigo S Almeida
Enviado por Rodrigo S Almeida em 21/10/2011
Reeditado em 21/10/2011
Código do texto: T3289069
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