Libanio no pais das maravilhas (seminale)seminalenko santosov ministro sexologo da corte de gorobixaba

Libanio no pais das maravilhas


Amigo leitor, inspirado pelo grande cronista Gilberto Dantas, que nos oferece crônicas aromatizadas, isso mesmo, deliciosos textos com odor de cafezinho recém passado, que já pensei até em dar uma lambidinha para ver se tem gostinho daquele café que D. Eliza preparava com carinho,  resolvi a duras penas escrever pequena crônica lembrando alguns mestres, inesquecíveis professores de meu tempo de escola e universidade.
A primeira imagem que se me veio foi a de minha primeira professora, a D. Maria de Lourdes que com uma dedicação maternal ensinava, distraia a minha turminha. Ficou~me eternamente na lembrança o teatrinho de sombras que ela apresentava. Cheguei até por um período em fazer cinema. Procurei indagando a muitas pessoas, pelo paradeiro da D. Lourdes, pensei inclusive em pedir ajuda ao anjo Osvaldo.
Os anos correram céleres, e minha professorinha ficou para traz, porém, jamais esquecida.
Meus amigos, quando estudei no colégio Pedro II, deparei com um mestre, cuja aparência lembrava um músico europeu, pela cor pálida da pele e os cabelos revoltos, biótipo longilíneo do professor Libanio Guedes de historia.
Confesso inicialmente que a historia não gostava de mim e, por pouco perdera um ano letivo ao me recusar decorar os feitos de Simon Bolivar.
O Libanio acho deveria ser um “pai de santo”, um “cavalo”, no bom sentido, claro, pois quando ministrava as aulas se transfigurava em Napoleão e colocava a mão no interior do paletó, mostrava o “fácies” ulceroso do líder. E, as índias de ancas rebolativas, seios livres que Libanio se travestia, aos risos frouxos do alunado. A batalha de Waterloo, em verdade ocorreu no pátio do velho casarão da rua larga, quando Libanio, montando um belo cavalo invisível avançou contra as tropas inimigas! Isto acontecendo, não no inverno belga, mas sim no tórrido verão carioca. No momento seguinte o velho professor assumia um ar grave,e em tom sério, eloqüente, afirmava ”A nossa historia foi escrita pelos vencedores e é nosso dever resgatar a justiça aos excluídos”.  Nossa turma, após suas aulas permanecia por momentos pensativa no que Libanio afirmara.
Ah! Mestre inesquecível, com tua arte no ensino, levava-nos a um pais da maravilhas onde exercias todos os papeis: chapeleiro louco, os irmãos tweed lede e tweedledum pássaro Dodô, mas o que em mim ficou foi aquele sorriso mágico que jamais desapareceu de minha mente!
Estava eu, ao findar esta crônica, pensativo sobre o destino de meus professores: santa Maria de matemática, Ernesto de química, Vasco Azambuja de clinica médica, Cesar Pernetta de pediatria entre outros quando, percebendo meu semblante nostálgico, refletindo sobre a inexorabilidade do tempo, pois Libanio Guedes deveria ser imortal, não apenas, na ABL, mas imorredouro para que todas as gerações futuras pudessem beber de seu conhecimento de sua dignidade, aproximando de meu ouvido, o anjo Osvaldo me segredou: “Tranquiliza-te, amigo, todos eles estão dando aula no Reino de gorobixaba”!
Corte de Gorobixaba
Enviado por Corte de Gorobixaba em 20/10/2011
Reeditado em 21/10/2011
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